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O presidente da Rússia, Vladimir Putin, se dirigiu a suas Forças Armadas nesta segunda-feira (10) dizendo que estão lutando por seu país, em um desfile de poder de fogo russo na capital Moscou, enquanto suas tropas intensificaram o ataque de dez semanas à Ucrânia.
Autoridades ucranianas disseram que intensos combates estão em andamento no leste do país e alertaram as pessoas para se protegerem dos previstos ataques com mísseis, ao mesmo tempo em que Moscou celebrou o 77º aniversário da vitória da União Soviética sobre a Alemanha nazista na Segunda Guerra Mundial.
Quatro mísseis Onyx de alta precisão disparados da península da Crimeia, região ucraniana controlada pela Rússia desde 2014, atingiram a área de Odesa, no sul, disseram os militares ucranianos sem dar detalhes.
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Putin afirmou que a “operação militar especial” da Rússia é uma medida puramente defensiva e inevitável contra os planos apoiados pela Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), de invasão de terras que segundo ele são historicamente da Rússia — incluindo a Crimeia.
“A Rússia repeliu preventivamente o agressor”, afirmou o presidente russo, sem oferecer evidências do que chamou de preparativos abertos para atacar a Crimeia e a região de Donbas, na Ucrânia.
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Em 2014, separatistas apoiados pela Rússia tomaram partes de Donbas, no leste da Ucrânia, e a Rússia anexou a Crimeia no mesmo ano. No fim de 2021, Putin passou a concentrar tropas na fronteira com a Ucrânia e invadiu o país em fevereiro — o que os ucranianos e nações ocidentais dizem ter sido um ataque não provocado.
“Os países da Otan não iriam atacar a Rússia. A Ucrânia não planejava atacar a Crimeia”, disse Mykhailo Podolyak, principal assessor do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, após os comentários de Putin.
Putin não mencionou a Ucrânia pelo nome em seu discurso e não deu nenhuma indicação de quanto tempo a guerra pode continuar.
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Guerra na Ucrânia
Também não houve referência à sangrenta batalha de Mariupol, onde um dos defensores ucranianos escondido nas ruínas da siderúrgica de Azovstal pediu à comunidade internacional que ajudasse a retirar os soldados feridos. “Continuaremos lutando enquanto estivermos vivos para repelir os ocupantes russos”, disse o capitão Sviatoslav Palamar.
As forças russas devastaram vilarejos, vilas e cidades e levaram quase seis milhões de ucranianos a fugirem desde a invasão, em 24 de fevereiro.
A vice-ministra da Defesa da Ucrânia, Hanna Malyar, disse que as forças russas agora estão tentando avançar no leste, onde a situação é “difícil”, mas recuaram da cidade de Kharkiv, onde uma autoridade local relatou intenso bombardeio russo.
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Zelensky confirmou a morte de dezenas de pessoas em um ataque russo a uma escola no leste da Ucrânia, no sábado (7). “Como resultado de um ataque russo a Bilohorivka, na região de Luhansk, cerca de 60 pessoas foram mortas. Civis que simplesmente se esconderam na escola, abrigando-se de bombardeios”, disse Zelensky em um vídeo.