Vale, OGX, Bradesco e elétricas caem forte na Bovespa; veja mais destaques

Na ponta positiva, Cosan renova sua máxima desde 2006 com Citi recomendando compra; fora do índice, IdeiasNet sobe 6,78% com capitalização da sua controlada

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – No pior pregão do Ibovespa desde novembro de 2012, muitas blue chips terminaram o dia com forte desvalorização – em especial as produtoras de commodities, as elétricas e as instituições financeiras. Contudo, o dia contou com alguns destaques positivos, principalmente dentre as small caps listadas na BM&FBovespa.

Nesta segunda-feira (28), o Ibovespa caiu pelo segundo dia seguido, com queda de 1,87% – a maior desde 14 de novembro -, fechando a 60.027 pontos – a mínima desde 17 de dezembro. Contribuiu para o desempenho negativo do índice a forte queda das ações preferenciais da mineradora Vale (VALE5, R$ 37,69, -2,43%), da petrolífera OGX (OGPX3, R$ 4,67, -3,11%) e da siderúrgica Gerdau (GGBR4, R$ 17,10, -3,34%). Juntas, elas respondem por praticamente 15% da composição da carteira teórica do Ibovespa.

Outras ações com menor importância no índice também tiveram um dia bastante negativo. É o caso da Fibria (FIBR3, R$ 24,65, -5,92%) e da B2W (BTOW3, R$ 15,37, -5,24%), que caíram mais de 5% nesta segunda. Vale mencionar que ambas fecharam 2012 entre as maiores altas do Ibovespa – a B2W subiu 88,89%, enquanto a Fibria ganhou 62,73% de valor de mercado naquele ano. Em momentos de maior pânico no mercado, os investidores preferem se desfazer daqueles investimentos que já se valorizaram mais forte recentemente, embolsando os ganhos dessa valorização.

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Bradesco abre temporada de resultados; ações caem
Dando início à temporada de balanços trimestrais no Brasil, o Bradesco (BBDC4) revelou na manhã desta segunda-feira que fechou o 4º trimestre de 2012 com lucro líquido de R$ 2,893 bilhões, alta de 6,1% sobre igual período do ano anterior. Em bases recorrentes, o lucro ajustado do segundo maior banco privado do país foi de R$ 2,918 bilhões, 5,3% maior na relação anual e praticamente em linha com os R$ 2,95 bilhões apontados pela média das projeções compiladas pela Reuters. O exercício de 2012 terminou com lucro acumulado de R$ 11,38 bilhões, o maior da história da instituição.

Com os números dentro do esperado, as ações do banco terminaram esta sessão com queda de 3,07%, a R$ 36,59 – desempenho em linha com seus pares na bolsa, como Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 34,80, -2,63%) e Banco do Brasil (BBAS3, R$ 24,71, -2,72%). Em relatório, a equipe de análise da Planner Corretora esperava que os investidores aproveitassem os números dentro do esperado para realizar lucro com as ações do banco, que ainda acumulam uma performance positiva nesse primeiro mês de 2013 – alta de 4,12%, até o fechamento desta sessão.

Não tendo batido o guidance para 2012, o Bradesco prevê para 2013 que sua carteira de crédito total crescerá de 13% a 17%, faixa válida tanto para pessoas físicas quanto jurídicas. A expectativa da instituição é de que sua margem financeira evolua de 7% a 11% neste ano e que as receitas com prestação de serviços avancem de 9% a 13%. Além disso, a diretoria banco propôs o pagamento de dividendos aos acionistas no valor de R$ 266,483 milhões.

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Elétricas têm dia negativo na bolsa
O dia também mostrou-se ruim para as elétricas. As ações da AES Tietê (GETI4) terminaram o dia com queda de 4,09%, aos R$ 20,62, após terem chegado a cair 6,28% na sua mínima do dia (R$ 20,15). O destaque mesmo ficou com o volume financeiro movimentado por elas na sessão: R$ 233,4 milhões – a média diária vista nos 21 pregões anteriores era de R$ 12 milhões.

Conforme explica Beatriz Nantes, analista da Empiricus Research, um forte volume financeiro geralmente se explica pela saída de um fundo estrangeiro no capital da companhia. Embora ainda não haja informações de quem seja o vendedor, essa suspeita ganha forças pelo fato de que mais de 85% das vendas com GETI4 nesta segunda-feira foram realizadas por clientes do Goldman Sachs, banco que geralmente atende investidores mais qualificados.

Ainda no setor, destaque para as ações da Light (LIGT3), que recuaram 5,08%, fechando a R$ 20,17. Já os papéis da Eletrobras (ELET3, ELET6) caíram pelo terceiro dia seguido – após terem subido por 10 sessões consecutivas -, no embalo da promessa de Dilma Rousseff de que poderá haver um corte ainda maior na tarifa de energia. A presidente recentemente anunciou um corte de 18% na conta de luz residencial e de até 32% nas indústrias.

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Natura e BR Malls alcançam menor patamar em 4 meses
Ainda dentro do índice, outras ações se destacaram negativamente nesta segunda-feira. É o caso da Natura (NATU3), uma das melhores empresas da bolsa nos últimos anos, mas que não vem passando por um momento muito bom nesse começo de 2013. Nesta segunda, elas fecharam com forte queda de 4,44%, a R$ 52,70 – menor patamar desde 14 de setembro do ano passado, quando encerrou o dia a R$ 52,60. Nesta sessão, os papéis da empresa movimentaram R$ 125,3 milhões na Bovespa, praticamente o dobro da sua média diária.

Em relatório, a equipe de análise do Citi acredita que o crescimento da empresa no Brasil deve dar sinais de desaceleração em 2013. Apesar disso, o banco estima que as margens da companhia deverão seguir nos bons níveis atuais, o que justifica a recomendação de manutenção para os papéis NATU3.

Coincidentemente, a BR Malls (BRML3) também terminou esta segunda em seu menor patamar de fechamento desde o dia 14 de setembro, com queda de 3,17%, valendo R$ 26,00. O volume financeiro também foi mais que o dobro da média – R$ 125,3 milhões, contra giro médio de R$ 55 milhões. Nesta sessão, o Credit Suisse rebaixou a recomendação dada aos papéis da administradora de shopping centers, passando de outperform (similar a compra) para neutro.

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O preço-alvo proposto pelo banco é de R$ 31 para BRML3, o que garante um potencial de valorização de 19,3% em relação ao fechamento atual.

Ideiasnet dispara após aumento de capital da Padtec
Já fora do Ibovespa, as ações da IdeiasNet (IDNT3) subiram 6,78%, fchando a R$ 1,89. A valorização das ações ocorre após a companhia informar que o BNDESPar – braço de investimentos do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Social e Econômico) – participará de um aumento de capital da empresa de tecnologia Padtec, que tem a Ideiasnet entre os sócios.

Em comunicado, a empresa informa que os recursos da operação – que ainda está sujeita à aprovação do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) e ratificação do Conselho de Administração da IdeiasNet – serão destinados ao desenvolvimento do plano de negócios da Padtec, com foco na ampliação do portfólio de produtos, na expansão da atuação internacional e na aquisição de empresas, consolidando assim a sua liderança nos mercados nacional e latino-americano e preparando a empresa para futura abertura de capital.

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Em entrevista exclusiva ao Portal InfoMoney, o CEO (Chief Executive Officer) da companhia, Sami Haddad, disse que espera anunciar novas compras dentro das próximas semanas. Ademais, Haddad reforça que pretende abrir o capital da Padtec dentro do prazo de 2 a 3 anos. “A Padtec vem mostrando um crescimento robusto ao longo dos últimos dois anos, o que viabiliza nossos planos para a companhia”, disse o executivo.

Cosan na máxima desde 2006; Citi recomenda compra
Contudo, o dia não foi só de perdas para as ações do Ibovespa. Os papéis da Cosan (CSAN3) completaram nesta segunda-feira seu 3º dia seguido de alta, com ganhos de 0,56%, fechando a R$ 44,74 – maior fechamento visto desde agosto de 2006.

A despeito das expectativas favoráveis em relação às sinergias com a compra da Comgás e também com outros negócios da empresa, o Citi elevou a recomendação dada às ações da Cosan para compra, puxando o preço-alvo esperado para R$ 48,50 – upside de 8,40% em relação ao fechamento atual.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers