Vale perde os R$ 19, Cielo e bancos disparam até 5%; veja mais destaques

No radar também estiveram as ações das siderúrgicas, que fecharam em queda nesta sessão, e da Saraiva, que viu seus papéis derreterem 39% em 10 pregões

Paula Barra

Prédio da Cielo
Prédio da Cielo

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SÃO PAULO – A terça-feira (18) foi positiva para Bolsa, com seu principal índice de ações fechando com alta de 1,44%, a 51.992 pontos. O desempenho foi impulsionado pelos papéis dos bancos, que dispararam nesta tarde, com movimento de realocação de carteira, com os investidores possivelmente migrando de ações como as blue chips Petrobras e Vale, que fecharam entre as perdas de hoje, e encarteirando ações das instituições financeiras. 

As ações da mineradora Vale figuraram nesta sessão entre as maiores quedas do Ibovespa em meio a dados negativos vindos da China – principal destino dos produtos produzidos pela blue chip. Também entre as quedas estiveram os papéis das siderúrgicas, que também foram pusxadas pelas notícias negativas vindas do gigante asiático.

Já na ponta positiva do Ibovespa estiveram as ações da Cielo, que fecharam como a maior alta nesta sessão em meio à notícia da Bloomberg de que a companhia, maior processadora de pagamentos de cartões do Brasil, deverá emitir aproximadamente R$ 4,5 bilhões em debêntures para financiar um possível acordo para adquirir a área de cartões do Banco do Brasil.

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Também vale mencionar os papéis da Souza Cruz (CRUZ3, R$ 19,85, +3,60%), que fecharam em seu primeiro dia de alta após queda de três sessões consecutivas, possivelmente com os investidores aproveitando o período de perdas para encarteirar as ações. Fora do índice, chamaram atenção a queda dos papéis da Saraiva, que caem pelo décimo pregão dos últimos onze, acumulando 39% de queda no período. A Mills também viu seus papéis caírem voltarem a cair nesta sessão, em seu quinto dia de perdas consecutivo.

Veja os destaques da sessão desta terça-feira:

Bancos 

Os papéis do setor bancário fecharam com fortes ganhos nesta sessão, chegando a altas de até 4%. Destaque para os papéis do Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 36,06, +2,91%), Banco do Brasil (BBAS3, R$ 26,00, +3,67%) e Bradesco (BBDC3, R$ 35,29, +4,72%; BBDC4, R$ 36,53, +4,49%).  

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Cielo (CIEL3, R$ 42,00, +4,74%)

As ações da Cielo deram sequência a altas dos últimos dois dias e fecharam como a maior alta do Ibovespa nesta terça-feira. Com a arrancada, os papéis atingiram o maior patamar desde agosto deste ano. Os papéis viveram sua maior alta desde agosto deste ano.

A valorização dos papéis ocorre em meio à notícia da Bloomberg de que a Cielo, maior processadora de pagamentos de cartões do Brasil, deverá emitir aproximadamente R$ 4,5 bilhões em debêntures para financiar um possível acordo para adquirir a área de cartões do Banco do Brasil. Na véspera, a companhia confirmou que estaria em negociações, mas disse que nenhum acordo havia sido firmado. Segundo coluna Radar, da Veja, a operação deve sair por R$ 9 bilhões. 

Petrobras (PETR3, R$ 11,94, -1,57%; PETR4, R$ 12,45, -1,19%)
Depois de caírem mais de 4%, as ações da Petrobras fecharam com perdas mais amenas nesta terça-feira, em meio a uma série de notícias negativas para a empresa. Os papéis ainda estão imersos na onda de acusações de corrupção na empresa. Vale mencionar que nesta sessão, os papéis bateram sua sua mínima desde o fechamento de 18 de março.

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Ontem, a crise na estatal tomou conta do noticiário com a teleconferência da empresa explicando os resultados operacionais e o adiamento do balanço da companhia. Possibilidade de que as investigações da Operação Lava Jato da Polícia Federal, que já prendeu o ex-diretor da estatal, Renato Duque, afetem as demonstrações financeiras da petroleira assustam investidores. O atual diretor José Carlos Cosenza foi acusado por delatores de receber “comissões”. 

Vale (VALE3, R$ 22,03, -3,92%; VALE5, R$ 18,83, -4,56%)
As ações Vale fecharam entre as maiores quedas do Ibovespa hoje em meio a indicador chinês ruim – país que é o principal destino das exportações da mineradora -, o que puxa para baixo também o preço do minério de ferro. O valor médio das novas moradias em 70 cidades chinesas continuam a cair. Em outubro, pelo sexto mês consecutivo, os imóveis ficaram mais baratos nas localidades pesquisadas. Seguiu o movimento da mineradora, as ações da Bradespar (BRAP4, R$ 13,85, -4,15%), holding que detém participação na Vale. Nesta sessão, os papéis VALE5 bateram sua mínima desde março de 2009.

Com o dado chinês, na mais recente evidência de fraqueza de economia no maior consumidor mundial da matéria-prima do aço, o preço do minério de ferro – principal produto da Vale – caiu perto de US$ 72 por tonelada pela primeira vez em mais de cinco anos. O preço despencou 4% nesta terça-feira, segundo dados compilados pelo Steel Index. 

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Siderúrgicas
As ações das siderúrgicas fecharam entre as quedas do Ibovespa na sessão em meio a dados ruins do setor divulgados ontem e hoje. Neste momento, operavam no negativo as ações da CSN (CSNA3, R$ 6,64, -3,77%), Usiminas (USIM5, R$ 5,01, -1,76%), Gerdau (GGBR4, R$ 10,37, -2,15%) e Metalúrgica Gerdau (GOAU4, R$ 12,35, -2,06%). Para os papéis da CSN, esta é a sétima queda seguida, acumulando perdas de 16% no período.

Nesta terça-feira, o Inda (Instituto Nacional dos Distribuidores de Aço) divulgaram as vendas de aços planos no País pelas empresas de distribuição encerraram outubro com queda de 15,8% na base de comparação anual. Na véspera, o Instituto Aço Brasil (IABr) informou que, apesar do aumento de 2,7% na produção de aço brasileira em outubro ante o mesmo mês de 2013, no ano, o resultado caiu 0,7%. As vendas recuaram 10,6% ante outubro do ano passado. 

Eletrobras (ELET3, R$ 5,26, +0,96%; ELET6, R$ 6,99, -4,25%)
As ações preferenciais da Eletrobras voltaram a cair hoje, dando sequência ao quinto pregão de desvalorização. Esse é o patamar mais baixo desde agosto do ano passado. Ontem, o Bank of America Merrill Lynch cortou a recomendação das ações da elétrica de neutra para underperform (desempenho abaixo da média). Além disto, ontem o diretor financeiro e de relações com investidores da Eletrobras, Armando Casado de Araújo, admitiu que há a possibilidade de a companhia não pagar dividendos aos seus acionistas neste ano.

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Saraiva (SLED4, R$ 8,80, -2,87%)
As ações da Saraiva continuaram em ladeira abaixo neste pregão. Essa foi a décima queda em onze pregões, acumulando baixa de 39% no período.

A companhia informou ontem que reduziu seu guidance para 2014. A empresa espera agora que a receita bruta consolidada do ano inteiro totalize entre R$ 2,3 a R$ 2,5 bilhões, em comparação com o guidance anterior de R$ 2,4 a R$ 2,6 bilhões.

Na semana passada, a Saraiva divulgou seu resultado do terceiro trimestre, mostrando prejuízo líquido de R$ 29,1 milhões, ampliando em 30,7% as perdas de R$ 22,3 milhões de um ano antes. Já na segunda-feira a companhia informou a saída do diretor da empresa Michel Jacques Levy, que solicitou seu desligamento da empresa tendo trabalhado na Saraiva durante um ano. No dia, os papéis desabaram 12%. 

Mills (MILS3, R$ 11,31, -0,62%)
As ações da Mills voltaram a cair forte nesta terça-feira, registrando sua quinta baixa consecutiva. No dia 6, a companhia divulgou seu resultado, mostrando queda de 92% no terceiro trimestre e atingindo R$ 3,2 milhões no período. Neste mês, os papéis acumulam perdas de 31,95%

Bic Banco (BICB4, R$ 5,77, +2,12%)
As ações do Bic Banco fecharam com alta mais leve após atingir valorização de 12,21% na sua máxima intradiária, a R$ 6,34. Acionistas do banco contestam ajuste de preço da China Construction Bank (CCB).

Em outubro do ano passado, a CCB disse que pagaria R$ 1,62 bilhão por 73,96% do capital total do banco. Entretanto, no mês passado, a CCB informou que poderia reduzir esse montante em cerca de R$ 287,8 milhões – o que teria desagradado os acionistas. A família Bezerra, que controla o BicBanco, e a CCB teriam agora até 24 de novembro para discutir os ajustes. 

OSX (OSXB3, R$ 0,28, +21,74%)
As ações da OSX dispararam hoje, tendo atingido na máxima do dia valorização de 26,09%, a R$ 0,29.  Essa foi a terceira sessão consecutiva de alta dos papéis. A empresa reportou seu balanço na noite da última sexta-feira. A companhia encerrou o terceiro trimestre com prejuízo de R$ 160,7 milhões, uma queda de 91,3% em relação ao prejuízo de R$ 1,7 bilhão registrados no mesmo período de 2013. O resultado é o atribuído aos acionistas controladores da empresa. Já a receita líquida somou R$ 221,3 milhões no terceiro trimestre desse ano, 45,7% maior frente ao igual período no ano passado, quando a receita somou R$ 151,9 milhões.