Vale (VALE3): Itaú BBA aposta na “tese China” e eleva recomendação de ação da mineradora para compra

Dinâmica apertada do mercado de minério de ferro persistirá nos próximos meses, com sinais de melhora da siderurgia na China, aponta o banco

Equipe InfoMoney

Logo da Vale (Foto: Divulgação)
Logo da Vale (Foto: Divulgação)

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A Vale (VALE3) teve a recomendação elevada pelo Itaú BBA de marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente à neutra) para outperform (desempenho acima da média do mercado, equivalente à compra), com os analistas destacando maior visibilidade e valuation atrativo.

O preço-alvo para o fim de 2023 para o ADR (recibo de ações negociado na Bolsa de Nova York) da mineradora foi mantido em US$ 18, enquanto o target para VALE3, ação negociada na B3, é de R$ 94, com potencial de valorização de cerca de 15% em relação ao fechamento da última quinta-feira (16).

Com isso, o banco também incluiu as ações em sua carteira top 5. Os estrategistas destacam que, ao longo dos últimos meses, estiveram céticos em relação a Vale – de dezembro de 2022 ao final de janeiro de 2023, a ação chegou a subir 46%, sem fundamento para suportar a performance.

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A justificativa do mercado para o movimento era a reabertura da economia chinesa, que faria o gigante asiático voltar a crescer com ímpeto redobrado – “nós, porém, não vimos, durante esse período, números da economia chinesa que suportassem essa opinião”, apontam.

“No entanto, nos últimos 45 dias, indicadores que efetivamente apontam para uma retomada mais rápida da economia chinesa começaram a ser divulgados. Junto com esses dados, tivemos também a divulgação da expectativa de crescimento do país por parte do governo chinês: 5% ao ano, um número razoável, mas que parece ter frustrado o mercado”, apontam os analistas.

A elevação da recomendação do banco também tem como base: i) a crença de que a dinâmica apertada do mercado de minério de ferro persistirá nos próximos meses, com sinais de melhora da siderurgia na China; e ii) uma proposta atrativa de risco-recompensa, na sequência da recente desvalorização das ações.

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Agora o BBA vê um retorno total de acionistas (TSR) de 25% para 2023, com a ação negociada a 3,5 vezes o valor da empresa sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EV/Ebitda) ajustado em 2023.

“Estamos elevando ainda a nossa estimativa de preço médio do minério de ferro para 2023 de US$ 105 a tonelada para US$ 115 a tonelada, mas nosso preço-alvo permanece porque a melhoria operacional foi compensada por um aumento em nossas premissas de custo de capital próprio. Nós agora avaliamos a Vale como nossa principal escolha no setor de mineração e siderurgia da América Latina”, apontam os analistas.

Nesta sexta-feira, o minério de ferro mais negociado em maio na bolsa de mercadorias de Dalian, da China, subia 0,44%, para 915 iuanes (US$ 132,81) a tonelada, por volta das 9h (horário de Brasília), depois de oscilar entre perdas e ganhos  no início da manhã. O sentimento geral melhorou com a recuperação dos mercados financeiros após a aversão ao risco de quinta-feira desencadeada por uma crise bancária em formação.

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Contudo, vale destacar que o planejador estatal da China disse nesta sexta-feira que estudará medidas para conter os preços “irracionais” do minério de ferro, depois de investigar recentemente os estoques portuários e o mercado.

O órgão também emitiu outro dos vários alertas recentes a tradings de minério de ferro para evitar o acúmulo e manipulação de preços.

(com Reuters)