Via (VIIA3) reverte lucro e tem prejuízo líquido de R$ 297 milhões no primeiro trimestre

Dona das marcas Casas Bahia e Ponto divulgou seus resultados do primeiro trimestre de 2023 nesta quinta-feira (4)

Vitor Azevedo

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A Via (VIIA3), dona das marcas Casas Bahia e Ponto, teve um prejuízo líquido de R$ 297 milhões no primeiro trimestre de 2023, revertendo o lucro de R$ 18 milhões do igual intervalo do ano passado.

Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 675 milhões, praticamente em linha com os R$ 673 milhões de 2022. Na receita líquida, foram R$ 7,3 bilhões, ante R$ 7,6 bilhões do consenso Refinitiv e R$ 7,39 bilhões um ano antes.

A varejista registrou um volume bruto de mercadorias (GMV, na sigla em inglês) crescendo 10,3% nas lojas físicas, chegando a R$ 5,5 bilhões. Do outro lado, o segmento online recuou 12%, para R$ 3,3 bilhões.

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O desempenho do GMV bruto de lojas físicas reflete a melhoria no fluxo das lojas (apesar de ainda abaixo da do período pré pandemia), mas sobretudo uma maior conversão”, explicou a Via no documento publicado na noite desta quinta-feira (4).

No online, a Via registrou no seu negócio próprio (1P) uma redução de 15% do GMV, que ficou em R$ 3,4 bilhões. No marketplace (3P), com presença de parceiros, contudo, houve crescimento de 25,6%, com o GMV chegando a R$ 1,5 bilhão.

A Via destaca que, apesar da receita em queda, seu lucro bruto, que subtrai do faturamento os gastos com produtos vendidos, avançou 3,7%, chegando a R$ 2,3 bilhões.

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“O lucro bruto foi de R$ 2,4 bilhões, com margem bruta de 32,1%, aumento de 1,4 ponto percentual. A margem é explicada pela maior racionalidade do mercado online, pelo foco da companhia em rentabilidade e qualidade de estoque, pela maior participação de lojas físicas no mix de venda e pela maior contribuição do take rate no 3P”, fala a empresa.

As despesas com vendas, gerais e administrativas cresceram 5,2% no ano, saindo de R$ 1,66 bilhão para R$ 1,75 bilhão, explicado, de acordo com a Via, pelo aumento dos gastos com provisão para devedores duvidosos (PDD) no crediário. Houve também impactos não recorrentes relativos a provisões trabalhistas.

O resultado na frente de crédito, segundo a companhia, é explicado pelo aumento da da carteira e não por uma perda de qualidade.

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No crediário, a carteira ativa cresceu 4% no ano, chegando a R$ 5,4 bilhões, com o PDD em R$ 611 milhões. A perda sobre carteira ficou em R$ 241 milhões, ante R$ 183 milhões no mesmo período de 2022.

“Observamos redução na despesa de PDD em função da retração da curva de over 30 e eficiência na recuperação. A taxa over 90 foi de 9,0%, uma redução de 0,5 pontos percentuais na base trimestral e estável na anual, refletindo melhor tendência na qualidade da carteira. O nível de perda sobre a carteira ativa apresentou mais uma vez melhora sequencial. Entendemos o momento de inadimplência no mercado e, consequentemente, seguimos seletivos” explica a Via.

A Via, por fim, teve um resultado financeiro negativo em R$ 832 milhões, ante R$ 489 milhões um ano antes – explicado pela alta da Selic e maior desconto de recebíveis no cartão de crédito. A companhia fechou março com uma dívida líquida de R$ 550 milhões.