Vivo (VIVT3) descarta que compra da Oi Móvel (OIBR3) aprovada pelo Cade seja alterada pela Anatel

Não espero alterações no que foi aprovado pelo Cade por causa de questionamentos sobre o rito da Anatel. Houve unanimidade, diz CEO

Anderson Figo André Cabette Fábio

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O CEO da Vivo (VIVT3), Christian Gebara, avaliou nesta quarta-feira (23) que possíveis questionamentos por parte da Anatel não devem alterar o que foi aprovado pelo Cade no que diz respeito à compra da unidade da Oi (OIBR3) Móvel.

“Estamos seguindo todos os trâmites. Não espero alterações no que foi aprovado pelo Cade por causa de questionamentos sobre o rito da Anatel. Todos os membros aprovaram. Foi unanimidade”, afirmou Christian Gebara, CEO Vivo, em teleconferência com jornalistas.

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O questionamento sobre a anuência prévia da Anatel em relação à operação vem por parte da Copel, que entrou com pedido na Justiça, argumentando haver ilegalidades na decisão.

As ações da Vivo (VIVT3) sobem 0,83%, cotadas a R$ 49,47, enquanto os papéis da Oi (OIBR3) sobem 1,23%, a R$ 0,82.

Migração de clientes da Oi para Vivo

“Somos obrigados a manter as ofertas dos clientes vindos da Oi por pelo menos 12 meses. Depois, se houver alteração de valor, os clientes podem fazer portabilidade, o mercado de portabilidade no Brasil funciona muito bem”, acrescentou Gebara.

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Durante teleconferência com analistas, a empresa destacou ainda que não há pressa para distribuir os serviços digitais para o público da Oi, e que sua base atual de clientes deve ser o enfoque para a expansão do serviço.

Segundo a diretoria, quando houver também os clientes da Oi e for possível avaliar seu risco de crédito, a empresa deverá oferecer o serviço Vivo Money, Vivo Pay, serviços da área de saúde e outras.

Investimentos

Questionada sobre sinergias com a compra de ativos da Oi, a diretoria afirmou que o negócio ainda precisa ser fechado para avaliar o impacto, mas que a maior parte deve vir de otimização de custos e Capex.

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“Os investimentos no ano passado não incluíram a Oi. Esse valor entrará só no closing da operação. O valor estimado para a parte referente à Vivo é de R$ 5,5 bilhões. Seria um número para 2022, com desembolso de caixa. Nosso capex foi de R$ 8,7 bilhões em 2021″, disse Gebara, a jornalistas.

Segundo ele, a média dos últimos anos em termos de capex foi em torno de R$ 8 bilhões. “Não damos guidance de capex, mas [para 2022] ele está nesses valores. Não é tão baixo quanto foi em 2020, talvez mais próximo do que foi em 2021. Temos uma forte geração de caixa.”

Competição

Questionado sobre o ambiente competitivo, Gebara afirmou que a concorrência é acirrada e que outros players também vêm investindo em 4G. Ele diz que tanto a Vivo quanto outras operadoras estão elevando os preços por conta da inflação. E que, além de elevar os preços ou propondo mudanças de planos aos clientes. 

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“A situação macroeconômica e inflacionária [do Brasil] preocupa. Isso tem impacto nos nossos custos. Mas a expectativa é de que o líder no setor, a Vivo, possa se destacar especialmente em móvel e fibra.”

Fibra

O CEO da Vivo ressaltou que no último trimestre a empresa não foi tão agressiva em FTTH (fiber-to-home, quando a fibra ótica sai diretamente da central da empresa até o cliente, aumentando a qualidade do serviço) quanto anteriormente, mas destacou que o número absoluto da receita vem sendo alto, com alta de 31%, com expansão em novas cidades. 

Gerbara disse que quer reduzir o churn em FTTH e em serviços móveis, e disse esperar que a Vivo se torne a primeira a unir fibra e móvel.

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Resultados do balanço da Vivo

A Vivo registrou um lucro líquido de R$ 2,628 bilhões no balanço do quarto trimestre, uma alta de 103% na comparação anual.

Segundo a empresa, o resultado decorre, principalmente, do reconhecimento de crédito fiscal no valor de R$ 1,408 bilhão, referente à decisão do STF da inconstitucionalidade da incidência do IRPJ e da CSLL sobre as correções à taxa Selic recebidas em razão de devolução de impostos recolhidos indevidamente. Na coletiva com analistas, a diretoria afirmou que não conta com um efeito do tipo em 2022. 

O lucro antes do juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) recorrente cresceu 1,2% na comparação com igual etapa de 2020, totalizando R$ 4,933 bilhões. Já a margem Ebitda recorrente atingiu 42,9% no 4T21, queda de 0,7 p.p. na comparação com igual trimestre de 2020.

Análises do balanço (VIVT3)

Para o Bradesco BBI, a Telefônica registrou crescimento tímido do Ebitda, mas bastante em linha com as expectativas. No mais, enxerga os resultados como amplamente neutros para as ações, pois refletem a continuidade das principais tendências observadas ao longo do ano.

O banco vê VIVT3 sendo negociado a 4,5x EV/Ebitda 2022 e, neste momento, acredita que uma reclassificação material neste momento deve ser mais dependente de números de crescimento mais fortes, já que o crescimento do Ebitda permanece bastante tímido em 1,2% (+1,7% ano a ano em 2021).

O banco mantém avaliação neutra para Telefônica e preço-alvo de R$ 61,00.

Elevação de preço

Na avaliação do Itaú BBA, a Vivo teve resultados positivos, com o Ebitda recorrente 5,3% acima das projeções e a receita 2,5% superior. O Ebitda e as receitas estavam em linha com o consenso da Bloomberg, mas a empresa perdeu no lucro por ação ajustado.

Na frente operacional, o banco ressalta que os acessos móveis atingiram 83,9 milhões, aumentando 6,9% A/A, enquanto os acessos fixos totais diminuíram 10,2% A/A. O crescimento de clientes FTTx foi de 8,9% A/A, enquanto FTTH cresceu 36% A/A.

Adicionalmente, o BBA manteve a avaliação market perform para Telefônica, mas elevou seu preço-alvo de R$ 50,00 para R$ 53,00.

Resultados sólidos

O Bank Of America avaliou que resultados do 4T21 da Vivo foram “sólidos, mas ainda é preciso mais”. A análise mantém rating neutro para o ativo, mas sobe o preço-alvo, de R$ 50,00 para R$ 53,00, “pois vemos uma avaliação equilibrada neste momento”.

“À medida que incorporamos os números do 4T21 ao nosso modelo, aumentamos nossas receitas de 2022 e 2023 em 0,5% e 2,5% respectivamente, seguindo o ritmo do faturamento”, explica o BofA.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.