Vivo (VIVT3) é elevada à compra pela XP, que mantém TIM (TIMS3) como “top pick”; ações sobem

Casa estabeleceu novos preços-alvos para os papéis ao final de 2024, superando os "targets" atuais

Mitchel Diniz

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A XP revisou suas recomendações para as empresas de telefonia com base nos resultados das companhias no segundo trimestre de 2023. “Ambas as empresas alcançaram um impressionante crescimento da receita no segmento de serviços móveis, sendo acima da inflação”, afirmam os analistas da casa, que continua confiante no setor.

“Muitos dos desafios históricos que afastaram os investidores da indústria de telecomunicações agora foram superados, principalmente com a consolidação do mercado, que desempenhou um papel fundamental”, afirmam Bernardo Guttman e Marco Nardini.

As ações das duas teles fecharam o pregão de hoje em alta: VIVT3 avançou 0,31%, a R$ 41,86, e TIMS3 ganhou 0,42%, a R$ 14,44.

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Vivo e Tim contam com impulsionadores estruturais

A equipe de análise diz que há “claros impulsionadores estruturais no setor”, citando a redução do ICMS, que permitiu o repasse da inflação aos clientes, o ambiente competitivo mais racional e uma maior eficiência pelo aprimoramento de infraestrutura de redes.

“Além disso, as participações adicionais do espectro da Oi (OIBR3;OIBR4) aumentam a eficiência e retorno sobre o capital investido”, dizem os analistas.

VIVT3 é compra

Assim, a XP melhorou a avaliação sobre os ativos de Telefônica Brasil/Vivo (VIVT3), passando a recomendação de neutra para compra.

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A casa introduziu preço-alvo para o papel ao final de 2024 em R$ 54, ante R$ 49. O valor implica em um potencial de valorização de 29%, levando em conta o fechamento do papel na sessão de quarta (7).

Os analistas destacam a forte recuperação das receitas de serviços da companhia, tanto móveis quanto fixos. Para eles, a companhia está no caminho certo ao acelerar o negócio de fibra óptica e defender sua posição de liderança no mercado mobile.

“Desde o começo de 2021, a Vivo tem sustentado e acelerado seu crescimento de receitas, compensando a queda em serviços non-core, que hoje representam apenas 6% do faturamento total”, observam.

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Para a XP, a Vivo tem conseguido manter o domínio da telefonia móvel com uma fatia relevante de mercado tantos no segmento pós-pago quanto no pré. A performance do mobile tem sido chave para a aceleração de crescimento das receitas do serviço móvel.

A companhia também tem sido capaz de repassar aumento de preços e migrar usuários para planos de maior valor, mantendo os cancelamentos sob controle.

“Também reconhecemos os progressos da companhia em diversas iniciativas, focadas em gerar receitas adicionais além do seu negócio principal de conectividade”, afirmam os analistas.

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TIMS3 ainda é “top pick” do setor de telecomunicações

A ação da TIM (TIMS3) teve recomendação de compra reiterada pela XP e continua sendo a top pick da casa no setor de telecomunicações.

O preço-alvo do papel para o final de 2024 é de R$ 21, ante R$ 19 ao final de 2023. O target estabelecido para o final do ano que vem implica em um potencial de 43% em relação ao preço de fechamento de quarta.

Para os analistas, nos últimos anos, a TIM mostrou um sólido trabalho de execução que transformou a companhia em termos de eficiência e rentabilidade. Ao contrário de seus pares, a empresa não possui serviços legados – antigas redes de cobre – que impactam negativamente os resultados do setor.

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A XP acredita que a TIM deve apresentar um crescimento de 8,7% nas receitas do serviço móvel no ano de 2023, comparado a 2022, levando um conta um cenário de competitividade racional. E um avanço de 11,9% no lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla inglês), na mesma base de comparação.

Guttman e Nardini apontam progressos na infraestrutura da rede da TIM, sobretudo após a aquisição de espectros da Oi, o que deu mais escala à companhia.

Contudo, acreditam que a reputação da qualidade da rede da companhia se traduz em ganho limitado de market share, em ritmo menor que o da Vivo.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados