XP eleva preço-alvo de ação da Petrobras (PETR4), mas reitera PRIO (PRIO3) como preferida após rali da estatal

“Acreditamos que é hora de um retorno para as juniores, já que a Petrobras se aproxima de sua máxima de cinco anos", aponta a XP

Vitor Azevedo

(Carolyn Cole/Getty Images)
(Carolyn Cole/Getty Images)

Publicidade

Os analistas da XP Investimentos André Vidal e Helena Kelm revisaram seus preços-alvos para as companhias do setor de óleo e gás em seu último relatório do setor, publicado neste domingo. Enquanto os preços-alvo das preferenciais da Petrobras (PETR4) subiram de R$ 35,50 para R$ 36,70 (upside de 19% frente o fechamento de segundo) e o das ordinárias da PRIO (PRIO3) de R$ 41,60 para R$ 56 (upside de 51%), os da PetroRecôncavo (RECV3) caíram de R$ 33,80 para R$ 26,50 (upside de 35%) e os da 3R Petroleum (RRRP3) de R$ 79,30 para R$ 56,50 (upside de 82%).

Com projeções de preços para cima ou para baixo, contudo, todas têm recomendação de compra pela corretora.

“Mantemos nossa classificação de compra para os quatro nomes, respaldados por uma avaliação com desconto (IRR de patrimônio implícito acima de 22% para todos) e uma assimetria positiva para o preço do Brent à medida que entramos no segundo semestre de 2023”, falam os analistas.

Continua depois da publicidade

De um lado, a XP vê que as narrativas para os preços do petróleo continuam a divergir entre um aparente equilíbrio de oferta e demanda e o temor de uma recessão global. Do outro lado, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo age para manter os preços estáveis preventivamente.

“Se o anúncio da OPEP+ de estender os cortes na produção de petróleo bruto até 2024 se mantiver, parece que o mercado se tornará incomumente subfornecido, e então os preços poderiam subir. No entanto, por enquanto, os níveis de estoque global parecem normalizados, e há vários riscos para que este cenário de subfornecimento não se materialize, caso de a China vender suas reservas”, falam

Para a XP, o petróleo parece estar em um lugar de assimetria: a Opep parece propensa a defender o patamar de preços de US$ 70, enquanto o segundo semestre do ano (quando, por razões sazonais, a demanda aumenta) deve trazer um cenário potencialmente mais subfornecido.

Continua depois da publicidade

Isso, em grande parte, justifica as recomendações de compra, bem como a perspectiva mais para o longo prazo, com a demanda aumentando e a oferta caindo em meio aos esforços de uma transição energética.

PRIO é a favorita

Para a XP, a PRIO é a favorita do setor de óleo e gás devido ao seu histórico de atuação, crescimento recente e avaliação barata. Tem também, por atuar no setor offshore potencial para se consolidar frente às demais juniores nos próximos anos.

Tudo isso em um momento no qual a Petrobras, após o recente rali, já se aproxima de suas máximas de cinco anos – o que justifica a preferência da XP pela junior.

Continua depois da publicidade

“Acreditamos que é hora de um retorno para as juniores, já que a Petrobras se aproxima de sua máxima de cinco anos (tanto em real quanto em dólar) e deve ter fluxo de caixa livre e dividend yield mais baixos a partir de 2024, enquanto as empresas menores ganham um impulso de produção, reduzindo custos e aumentando sua geração”, fama Vidal e Kelm.

A PetroReconcâvo, para eles, também deve se consolidar nos ativos onshore. A compra da Maha Energy em 2022 deve impulsionar a produção, bem como a possível aquisição do Bahia Terra – ainda que incerto.

A 3R por fim, é a que levanta mais dúvidas. Isso por ser a mais jovem do grupo, por ter apresentado poucos resultados e por estar com uma alavancagem financeira elevada.