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Arrecadação da capitalização deve triplicar em 3 anos no país e atingir R$ 89 bi

Setor passou por mudanças importantes neste ano: a capitalização virou garantia para o crédito

Gilmara Santos

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A arrecadação anual com vendas de títulos de capitalização deve triplicar nos próximos 3 anos, saindo dos atuais R$ 30 bilhões para alcançar R$ 89 bilhões por ano no país. Os dados fazem parte do estudo “Estimativa de potencial de mercado para a capitalização”, realizado pela Fenacap (Federação Nacional de Capitalização) e divulgado com exclusividade ao InfoMoney.

A projeção prevê, ainda, a possibilidade de as reservas técnicas chegarem a R$ 100 bilhões até 2026. Entre resgates e sorteios, a estimativa é de ultrapassar R$ 64 bilhões.

Denis Morais, presidente da Fenacap, explica que o horizonte de 3 anos foi definido para evidenciar que o crescimento do setor pode ser muito rápido, caso estratégias sejam implementadas pelas empresas.

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O setor passou por mudanças importantes neste ano: a capitalização virou garantia para o crédito. Outro projeto de lei, que aguarda sanção presidencial, quer permitir que os títulos de capitalização sejam usados em obras públicas.

Potencial total de arrecadação

Ano Valor
2022 R$ 28 bilhões
2023 R$ 30 bilhões
2024 R$ 53 bilhões
2025 R$ 72 bilhões
2026 R$ 89 bilhões

Modalidades

Na modalidade tradicional, o potencial de arrecadação é de R$ 46,4 bilhões, ou seja, 2,2 vezes o montante que é arrecadado atualmente (R$ 20,9 bilhões).

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No instrumento de garantia, a cobertura da capitalização pode chegar a 5% da garantia de créditos, alcançando um montante de R$ 23,1 bilhões em títulos.

Só nas licitações e contratações na esfera pública, o incremento estimado é de R$ 2,4 bilhões por ano para garantir a execução de contratos, somados aos R$ 7,5 bilhões adicionais que oferecem segurança a locadores e locatários em seus contratos de locação.

Já na filantropia premiável, considerando a entrada de novas entidades do terceiro setor que seriam beneficiadas com a doação de recursos, como organizações que promovem segurança alimentar, preservação do meio ambiente e o combate à pobreza, a modalidade poderia alcançar arrecadação adicional de R$ 8,4 bilhões por ano e doações da ordem de R$ 5,4 bilhões.

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Dentre as novas possibilidades, o mercado varejista, que movimenta mais de R$ 1 trilhão por ano, é apresentado como estratégico para a capitalização, pois pode crescer mais, contribuindo para a geração de emprego, renda e poupança. Segundo o estudo, cerca de 39% das compras no varejo são realizadas a prazo, seja por meio de parcelamento no cartão de crédito ou boleto.

Diferentemente destas formas de aquisição, na modalidade compra-programada, o consumidor tem acesso ao produto ou serviço após terminado o pagamento das parcelas, estimulando uma disciplina financeira maior e aportando mais garantias para o comerciante. O estudo prevê ainda um potencial de mercado de R$ 1,18 bilhão, por ano, somente no varejo.

“Existem diversos mercados ainda inexplorados pela capitalização que podem ser potencializados, permitindo ainda mais robustez e versatilidade ao setor”, considera o presidente da Fenacap.

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Potencial de arrecadação por modalidade

Modalidade Arrecadação em 2022 Potencial de arrecadação
Total R$ 28,1 bilhões R$ 89 bilhões
Tradicional R$ 20,9 bilhões R$ 46,4 bilhões
Garantia R$ 2,8 bilhões R$ 23,1 bilhões
Filantropia R$ 3,2 bilhões R$ 11,9 bilhões
Incentivo R$ 900 milhões R$ 3,9 bilhões
Popular R$ 400 milhões R$ 1,4 bilhão
Compra R$ 2,4 bilhões
Fonte: Fenacap

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.