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SÃO PAULO – Quando eles foram criados, não existia uma educação financeira formal – nem mesmo existiam canais de comunicação tão ágeis quanto hoje -, mas isso não impediu que eles aprendessem a lidar bem com o dinheiro.
A vivência deles em um País que passou por diversos problemas econômicos no passado já é mais do que o suficiente para que saibam bastante sobre como administrar suas finanças pessoais e para que ajudem na criação das gerações futuras.
“O que os avós de hoje já passaram – crises, hiperinflação, guerras e escassez – fez com que eles aprendessem bem mais do que o que está nos livros”, afirmou o especialista em educação financeira Álvaro Modernell, sobre o porquê os avós, cujo dia nacional é comemorado no próximo domingo (26), têm condições de ajudar na educação financeira de seus netos.
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Ajuda
De acordo com Modernell, normalmente, a imagem que se tem dos avós na educação financeira dos netos não é nada positiva. “O que se pensa é que os pais educam para os avós estragarem, porque são mais benevolentes”, ressaltou.
Porém, isso acontece porque não existe diálogo. O melhor caminho para os avós ajudarem na educação financeira das crianças é “combinar regras”. Um exemplo: não adianta nada os pais determinarem uma mesada mensal se os avós derem dinheiro o tempo todo para a criança. Isso não significa que não possam dar o dinheiro, mas que isso seja feito com o apoio dos pais.
Uma outra forma de educar financeiramente é não dar tudo o que a criança deseja, o que todo mundo sabe, mas poucos conseguem fazer. “A criança quer comprar algo? Então deixe que ela junte e se esforce, para depois ajudar, se ele mostrar que quer mesmo aquilo”, afirmou Modernell, para quem é preciso premiar pelo “sacrifício” de poupar.
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Enfim, de acordo com Modernell, os avós têm de consultar os pais antes de tomar qualquer atitude, isso se a família se preocupa com a educação financeira das crianças.
Aliado
Modernell ainda ressaltou o que o avós têm a seu favor o que os pais não possuem: tempo livre. Como muitos deles estão aposentados, podem despender mais horas de seus dias para conversar com os netos sobre dinheiro.
“Hoje em dia, nem sempre os pais sentam com os filhos para contar histórias. Os avós podem usar fábulas e ensinar. A Galinha dos Ovos de Ouro, por exemplo, pode passar a mensagem de como a ganância pode prejudicar uma pessoa e a Formiga e a Cigarra, de como é importante poupar”, exemplificou o especialista em educação financeira.
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Mas nada é tão eficiente quanto contar para as crianças histórias de vida, em que os personagens são os próprios membros da família. Assim, eles aprendem melhor os ensinamentos da educação financeira, porque se envolvem mais.
Princípios
Confira abaixo quais são os princípios de educação financeira que os avós podem passar para os netos, os quais têm relação com sua experiência de vida:
- O dinheiro não é o mais importante na vida: quem viveu mais tempo tem mais certeza disso do que quem está em busca do sucesso financeiro, como os pais.
- Também sem dinheiro é possível se divertir: muitos pais pensam que levar para uma lanchonete é um programa familiar, mas os avós vão além e se comprometem a fazer um piquenique, que não é só chegar, consumir, pagar e ir embora.
- Não é preciso comprar o tempo todo: nem tudo é descartável e é possível construir o próprio brinquedo. A criança passa a valorizar aquilo que não é “comprado em shopping”.
- O que é caro ou barato: a correria do dia-a-dia não permite aos pais pesquisar tanto os preços, o que os avós podem fazer.
- O que a mídia diz não é regra: os avós ajudam a equilibrar o bombardeio que a mídia faz, prezando marcas mais caras, às vezes para produtos que não têm tanta qualidade.