Carteira olímpica adiciona cinco ‘ativos’ com chances reais de medalha na Tóquio 2020

Noite pode ser premiada com Darlan Romani (arremesso de peso), skate park (Pedro Barros, Pedro Quintas e Luizinho Azevedo) e Caio Bonfim (marcha atlética)

Olimpíada Todo Dia

Darlan Romani, atleta do arremesso de peso (Gaspar Nóbrega/COB)
Darlan Romani, atleta do arremesso de peso (Gaspar Nóbrega/COB)

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A Olimpíada vai se encaminhando para sua reta final, o que não significa dizer que o Brasil não tem mais chances de medalha. O Brasil já conquistou 15, sendo quatro de ouro (surfe, ginástica artística, maratona aquática e vela), três de prata (skate street e ginástica artística) e oito de bronze (judô, tênis, natação, boxe, salto com vara e corrida 400m com barreira).

Como dissemos anteriormente, a pergunta que equivale a “O Ibovespa vai bater 135 mil pontos até o fim do ano?” no mundo olímpico seria “O Brasil irá bater o recorde de medalhas da Rio 2016? Cinco anos atrás, a delegação brasileira subiu ao pódio 19 vezes, com 7 medalhas de ouro, 6 de prata e 6 de bronze.

A volatilidade olímpica não nos garante cravar uma resposta, mas tudo indica que sim. Existem alguns atletas que têm tudo para performar bem até domingo e ajudar nessa meta — é o que mostramos na carteira olímpica: os potenciais medalhistas que seriam as blue chips se estivessem na Bolsa.

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Como nas carteiras de ações publicadas pelas corretoras, a carteira de atletas reúne os esportistas que estão em momento de valorização, com base nos resultados das últimas competições e agora durante os Jogos Olímpicos.

A carteira é modificada periodicamente, sempre que o cenário mudar. A publicação é feita pelos profissionais do site Olimpíada Todo Dia, especializado em notícias sobre esportes olímpicos, que fechou uma parceria com o InfoMoney para a cobertura dos Jogos.

Hoje, incluímos na lista cinco chances reais: Darlan Romani (arremesso de peso), skate park masculino (com Pedro Barros, Pedro Quintas e Luizinho Azevedo) e Caio Bonfim (marcha atlética).

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Darlan Romani, atleta do arremesso de peso (Gaspar Nóbrega/COB)
Darlan Romani, atleta do arremesso de peso (Gaspar Nóbrega/COB)

Darlan Romani (arremesso de peso)

Darlan Romani é uma das maiores esperanças de medalha do atletismo brasileiro nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. O atleta é atualmente recordista brasileiro e sul-americano no arremesso de peso masculino, com 22,61 m, ouro nos Jogos Pan-Americanos de Lima-2019, quarto colocado no Mundial de Doha-2019 — em uma prova de nível técnico alto que lhe daria medalha em outras edições olímpicas — e eleito duas vezes o melhor representante do atletismo nacional pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB).

Com boas competições desde cedo, conseguiu índice para a Olimpíada do Rio, onde foi o quinto colocado. Em 2017, o primeiro recorde sul-americano quebrado, com a marca de 21,82m. O quarto lugar no Mundial Indoor de Atletismo chegou em 2018.

Em junho de 2019, na etapa de Eugene da Liga Diamante — principal circuito de competições do atletismo internacional —, obteve a marca de 22,61m, que o colocou na 10ª posição entre os melhores arremessadores da história da prova. Com esse desempenho, o brasileiro terminou com o vice-campeonato da Liga Diamante em 2019.

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Na sequência, pelo Mundial de Atletismo de Doha, Darlan Romani participou da prova do arremesso do peso mais técnica da história e terminou no quarto lugar, com a marca de 22,53 m na final. Todos os quatro primeiros arremessaram acima de 22 metros, algo nunca acontecido na história.

Darlan só não é uma aposta certeira por conta da disputa intensa da prova do arremesso de peso que se estabeleceu nos últimos anos, tornando-a uma das mais disputadas provas de campo na atualidade.

A citada final do Mundial de Doha-2019 confirmou isso. O neozelandês Tom Walsh abriu a final com 22,90 m e o brasileiro Darlan Romani fez 22,53 m na 2ª rodada. Na 4ª tentativa, o campeão olímpico Ryan Crouser (EUA) marcou 22,71 m para assumir o 2º lugar.

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Quando parecia que nada mais mudaria, o americano Joe Kovacs tirou um coelho da cartola marcando 22,91 m na última série e Crouser respondeu com 22,90 m, pegando a prata nos critérios de desempate e jogando Walsh para o bronze.

Além disso, o atleta sofreu para treinar de maneira adequada durante a pandemia e ainda pegou Covid-19, chegando a perder peso e massa muscular, e poderia chegar abaixo dos rivais em Tóquio. Para alegria do Brasil, isso não ocorreu, ao menos na eliminatória da prova da Olimpíada disputada na segunda-feira (2).

Darlan foi o primeiro atleta a atingir os 21,10m necessários para avançar à final. No primeiro arremesso, fez 21,00m. No segundo, cravou o índice, sendo o único que conseguiu o feito no segundo arremesso. Fez a terceira melhor marca, mesmo com um arremesso a menos.

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Pedro Barros, do skate park (Instagram/Reprodução)
Pedro Barros, do skate park (Instagram/Reprodução)

Skate Park Masculino

O skate park masculino é uma das provas da Olimpíada em que o Brasil vai mais forte. O alto nível já começa na disputa interna por três lugares no time nacional. Pedro Barros com mais bagagem, se destaca um pouco mais. Mesmo com apenas 25 anos, Barros é apontado por muitos como o melhor atleta do skate park mundial na atualidade e grande candidato nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020.

Campeão mundial em 2018 e vice em 2016 e 2017, Pedrinho, como é chamado dentro do universo do skate, coleciona também seis medalhas de ouro nos X-Games e títulos em etapas do circuito mundial. Não subiu ao pódio nos X-Games e no Mundial de 2019 muito por sua característica de “tudo ou nada”, apostando em manobras com altíssimo grau de dificuldade. Quando acerta, dificilmente perde o ouro.

Se Pedro Barros não subiu ao pódio mundial em 2019, seu xará Pedro Quintas, e Luiz Francisco Barbosa, outro talento brasileiro, subiram. Luizinho, de 20 anos, foi prata, e Pedro Quintas, de 17, bronze. Ambos garantiram o alto nível no skate brasileiro conquistando medalhas no campeonato mundial disputado em São Paulo.

Pesa contra os brasileiros problemas com os juízes. Na grande competição desse ano, o Dw Tour, os brasileiros não concordaram com as notas dadas pelos juízes aos outros skatistas estrangeiros. Isso pode se potencializar no Japão. Como vimos, houve muita polêmica em alguns esportes a respeito de favorecimento dos atletas japoneses, principalmente no surfe.

É importante destacar que, das quatro modalidades do skate em Tóquio, o park masculino é provavelmente a mais imprevisível. A lista de atletas que podem faturar as três primeiras posições do pódio é grande. Como os atletas se arriscam muito nas manobras, estão vulneráveis às quedas. Pode entregar ao Brasil algumas medalhas ou nenhuma. Se a modalidade fosse um ativo listado em Bolsa, valeria o risco, seria uma boa opção para ter pelo menos um pouquinho.

Caio Bonfim, atleta da marcha atlética (Instagram/Reprodução)
Caio Bonfim, atleta da marcha atlética (Instagram/Reprodução)

Caio Bonfim (marcha atlética)

Comparado a Darlan Romani e ao skate park masculino, Caio Bonfim seria o ativo de maior risco na carteira olímpica. Ainda assim, é uma boa esperança de medalha no atletismo, mais especificamente na marcha atlética 20km masculina.

Após o quarto lugar na Olimpíada do Rio em 2016, ele conquistou o bronze no Mundial de Londres-2017 e vem apresentando bons resultados, como a vitória no sul-americano de 2020 e vários pódios em etapas do circuito mundial nos últimos anos.

Na abertura do calendário de competições em março, Caio Bonfim confirmou seu amplo favoritismo e conquistou o 1º título consecutivo na prova dos 20 km da Copa Brasil de Marcha Atlética com a marca de 1h23min59s, com 44 segundos de vantagem sobre o segundo colocado

Em abril, o atleta fez o melhor tempo da sua vida com a marca de 1h20min13s68 e estabeleceu novo sul-americano da prova, que pertencia ao equatoriano Cristian Chocho, com 1h20min23s80.

Um mês depois, na Copa Pan-Americana, disputada em Guayaquil, no Equador, Caio Bonfim conquistou a medalha de prata. Embalado, venceu na sequência a prova dos 20km do 40º Troféu Brasil de Atletismo, com o tempo de 1h20min14s92, estabelecendo o novo recorde da competição.

Caio terá trabalho com os donos da casa, chineses e latino-americanos, todos muito bons na prova, mas se mantiver a consistência que tem mostrado, pode subir ao pódio.

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