Carteira olímpica: veja os atletas que são ‘blue chips’ e têm chance de medalha nos Jogos de Tóquio

Maior evento esportivo do planeta deveria ter acontecido no ano passado, mas foi adiado por conta da pandemia do coronavírus

Olimpíada Todo Dia

Bruno Fratus, natação, 50m livre (Wander Roberto/COB)
Bruno Fratus, natação, 50m livre (Wander Roberto/COB)

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SÃO PAULO — Em 19 dias, começam os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021. O maior evento esportivo do planeta deveria ter acontecido no ano passado, mas foi adiado por conta da pandemia do coronavírus.

A partir desta semana, vamos publicar a carteira de atletas brasileiros que têm chance de medalha — seriam as blue chips se estivessem na Bolsa. Como as carteiras de ações publicadas pelas corretoras, a carteira de atletas reúne os esportistas que estão em momento de valorização — com base dos resultados das últimas competições.

A carteira será atualizada periodicamente, sempre que o cenário mudar. A publicação é feita pelos profissionais do site Olimpíada Todo Dia, especializado em notícias sobre esportes olímpicos, que fechou uma parceria com o InfoMoney para a cobertura dos Jogos.

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Começamos com quatro ativos: Bruno Fratus, vôlei masculino, skate street feminino e Gabriel Medina.

Seleção brasileira de vôlei masculino (Paulo Múmia/Rio 2016)
Seleção brasileira de vôlei masculino (Paulo Múmia/Rio 2016)

Vôlei Masculino

Uma das modalidades mais tradicionais do Brasil em Jogos Olímpicos, o vôlei masculino é o ativo mais valorizado e “quente” da lista brasileira de atletas e equipes esportivas.

Atual vice-campeão mundial em 2018 e campeão da Copa do Mundo em 2019, o time do Brasil é completo em todas as suas posições.

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Com alguns campeões olímpicos remanescentes da Rio 2016, como Bruninho, Lucarelli, Lucão, Wallace, Maurício Souza e Maurício Borges, a equipe verde-amarela conta ainda com a adição do cubano naturalizado brasileiro Yoandy Leal como um dos principais novos nomes da equipe agora comandada pelo medalhista de prata olímpico em Los Angeles-84, Renan Dal Zoto.

Houve um problema no início do ano. O técnico Renan Dal Zotto ficou mais de um mês internado no hospital por causa da Covid-19 e chegou a ser entubado. Saiu do hospital, mas segue em casa em recuperação.

Por conta disso, Renan não viajou com a seleção para a Liga das Nações, na Itália, o último teste do time antes da Olimpíada e primeiro desde a pausa causada pela pandemia. Carlos Schwanke, seu auxiliar, o substituiu no torneio.

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Mesmo assim, o rendimento do time não caiu e a vaga na fase final entre os quatro melhores do torneio veio com apenas duas derrotas para França e Rússia em todos os 165 jogos. Vale lembrar que a derrota para os russos ocorreu com a equipe atuando já classificada à fase final e com o time reserva.

Na semifinal, vingança com V maiúsculo por 3 x 0 sobre a França e uma grande exibição contra a atual campeã do mundo Polônia na final. A equipe venceu de virada por 3 sets a 1 jogando o fino da bola, principalmente no 3º e no 4º sets.

Considerando a performance em 2021 e o sólido histórico da “empresa” ao longo dos últimos 20 anos (são quatro medalhas olímpicas, cinco em mundiais e mais inúmeros títulos importantes), o vôlei masculino tem posição de destaque na carteira olímpica do InfoMoney.

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Polônia e França aparecem como os grandes rivais do Brasil em Tóquio. A Rússia, campeã da Liga das Nações em 2019 e campeã olímpica do vôlei masculino em Londres 2012, é mais um ativo de valor. Itália e Estados Unidos podem surpreender, mas não chegarão ao Japão com a mesma força da seleção brasileira.

O vôlei feminino teve seu valor de mercado aumentado por conta da performance no torneio feminino da Liga das Nações. A equipe comandada pelo técnico José Roberto Guimarães ficou com a medalha de prata após perder de virada por 3 sets a 1 para os Estados Unidos na última sexta-feira. Foram apenas três derrotas em toda a competição.

Apesar da valorização por ter subido ao pódio e feito um torneio bom, o ativo ainda não entrou na carteira gráfica olímpica. Isso porque seleções favoritas ao pódio olímpico como Itália e Sérvia competiram a Liga das Nações com times reservas.

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Contra as americanas, completas na Liga das Nações e favoritas à medalha no Japão, foram duas derrotas. O outro revés foi para o time reserva da China, atual campeã olímpica.

Vale lembrar que as chinesas impuseram a única derrota na brilhante campanha dos Estados Unidos. Na ocasião, a China jogou com o time principal, que jogou apenas na metade final da competição, e fez 3 sets a 0 com facilidade.

A recomendação seria neutra para vôlei feminino e de compra para vôlei masculino.

Bruno Fratus, natação, 50m livre (Wander Roberto/COB)
Bruno Fratus, natação, 50m livre (Wander Roberto/COB)

Bruno Fratus, natação, 50m livre

Atleta do Time XP, o carioca Bruno Fratus é a principal chance de medalha da natação brasileira em Tóquio. Especialista na prova dos 50m livre, cresceu ainda mais desde os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro de 2016, quando foi 6º colocado com um tempo de 21s79.

Nos últimos cinco anos, Fratus ficou com a medalha de prata nos campeonatos mundiais de Budapeste-2017 e Gwangju-2019, além de ter quebrado a barreira dos 22 segundos, algo muito relevante na prova dos 50m livre, inúmeras vezes.

Bruno Fratus entra na carteira olímpica pela excelente performance até aqui em 2021. O nadador mostrou que não foi afetado pela pandemia e segue firme na busca pela medalha olímpica, a única que lhe falta em seu vitorioso currículo.

O atleta abriu a temporada 2021 com a medalha de prata no Flórida Sectionals com um tempo de 22s10. Em abril, o nadador cravou 21s80 na final dos 50m livre da etapa de Mission Viejo do TYR Pro Swim Series, na Califórnia, Estados Unidos, e conseguiu atingir exatamente o índice olímpico da prova para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2021.

De quebra, venceu a competição deixando para trás Caeleb Dressel e Nathan Adrian, ambos dos Estados Unidos, dois dos maiores nomes atualmente na natação.

Em maio e junho, mais dois bons resultados: Primeiro, levou a prata no Mizuno Atlanta Classica, com a marca de 21s98, atrás apenas de Caeleb Dressel, que fechou a competição com 21s82.

Na sequência, encerrou as disputas de 50m livre no Mare Nostrum com duas medalhas de prata e uma de ouro. Para completar, foi eleito o melhor nadador do torneio.

Na última sexta-feira, Fratus pulou na água pela última vez antes da Olimpíada no tradicional Torneio Sette Colli, em Roma, na Itália, e venceu após nadar os 50m em 21s71.

Nos 50m livre, o único ativo mais valioso no momento é o americano Caeleb Dressel. O atleta é o atual bicampeão mundial da distância, sendo que para vencer o título de 2019 marcou 21s04, o tempo mais próximo do recorde mundial de César Cielo de 20s91.

Na Seletiva Americana realizada há duas semanas, Dressel fez 22s13, o melhor tempo do mundo em 2021.

Dois outros atletas que estão em alta em 2021 são o russo Vladmir Morozov e o britânico Bem Proud. Os dois prometem atrapalhar a vida do brasileiro na busca pela inédita medalha olímpica.

Brasileiras do Skate Street (CBSk/Julio Detefon)
Brasileiras do Skate Street (CBSk/Julio Detefon)

Skate street feminino

De todas as provas, entre todas as modalidades disputadas nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em nenhuma o Brasil chega com tanta força como o skate street feminino.

O país tem cinco atletas no top10 do ranking mundial, sendo três delas entre as quatro primeiras.

Estreante em Jogos Olímpicos, o skate limita apenas três atletas em cada uma de suas quatro modalidades. Letícia Bufoni, Pâmela Rosa e Rayssa Leal ficaram com as vagas brasileiras e podem dar ao país um histórico pódio triplo na Olimpíada.

Pâmela Rosa chega como a grande favorita. Em 2019, a atleta de São José dos Campos, no interior de São Paulo, faturou o título mundial do street feminino e assumiu a liderança no ranking do street feminino.

Em junho deste ano, o valor de sua “ação” teve uma leve queda com a quarta colocação no Campeonato Mundial, realizado na Itália. Mesmo assim, Pâmela chegará com força total na Olimpíada.

Rayssa Leal é a segunda grande esperança. Com apenas 13 anos de idade, a Fadinha, como é conhecida, foi vice-campeã mundial em 2019 e levou o bronze no Mundial desse ano. Esse foi o melhor resultado do Brasil no torneio disputado na Itália. Seu desempenho compensou a leve oscilação de Pâmela.

Fechando o trio, vem Letícia Bufoni, uma lenda no street feminino. A atleta possui um currículo invejável com diversas medalhas nos X Games, principal competição do skate no mundo.

Letícia sofreu com uma lesão em 2019 que a tirou do mundial vencido por Pâmela, mas mostrou que segue entre as melhores do mundo em 2021.

Em dois torneios disputados nesse ano, ficou na quarta colocação em uma e foi 5ª no Campeonato Mundial disputado na Itália, ocasião em que carimbou seu passaporte ao Japão.

Gabriel Medina, surfe (Rafael Bello/COB)
Gabriel Medina, surfe (Rafael Bello/COB)

Gabriel Medina, surfe

Para fechar, um ativo de outra modalidade radical que estreia no programa olímpico em 2021.

Gabriel Medina é, há algum tempo, um dos principais surfistas do mundo. Campeão mundial em 2018 e vice em 2019, é outro ativo que só valoriza desde o início do ano.

Até aqui, foram dois títulos e três vice-campeonatos nas seis etapas do Circuito Mundial que foram disputadas na atual temporada.

Medina venceu os principais nomes do surfe e os adversários com quem brigará por medalhas nos Jogos Olímpicos, incluindo o atual campeão mundial e compatriota, Ítalo Ferreira.

Um fator preocupa levemente e balança o preço do ativo: Medina se envolveu em uma polêmica com o Comitê Olímpico do Brasil (COB), que tem como pivô sua esposa Yasmin Brunet.

O bicampeão do mundo tem a intenção de levá-la como acompanhante ao Japão, algo não permitido pelo COB em virtude das circunstâncias geradas pela pandemia.

Medina reclamou que o Comitê Olímpico não concordou em dar uma credencial para Yasmin. Ela, diz o atleta, é fundamental para sua performance.

O pequeno imbróglio não deverá afetar sua performance nas águas asiáticas, mas deve ser monitorado até a próxima semana.

Outros atletas brasileiros favoritos ao pódio ainda se apresentarão antes dos Jogos Olímpicos e podem substituí-lo na carteira olímpica.

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