Cheque ganha recursos antifraude para ficar ‘mais moderno e seguro’; veja mudanças

Talões terão novo design que ficará sob a responsabilidade das instituições financeiras

Giovanna Sutto

Signing a check cheque
Signing a check cheque

Publicidade

O Banco Central anunciou nesta sexta-feira (5) que vai modernizar o modelo de cheques que circulam no país a partir de 2 de outubro deste ano, com o objetivo de trazer mais segurança com recursos antifraude e inovação ao meio de pagamento.

Agora, o cheque vai contar com um novo modelo-padrão de design que será de responsabilidade das instituições financeiras – antes estava sob o guarda-chuva do BC. Além disso, será possível também incluir o nome social do usuário em suas folhas de cheque, como já acontece no Pix.

Embora seja um meio de pagamento esquecido na gaveta por muitos brasileiros e tenha tido uma redução de 97% em sua utilização nos últimos 27 anos, o uso do cheque ainda é significativo no Brasil mesmo com a popularização do Pix. Como ferramenta de pagamento de salário ou de parcelamento, são compensadas hoje, por ano, mais de 200 milhões de folhas de cheques – mais da metade no Sudeste. O cheque ainda movimentou expressivos R$ 667 bilhões em 2021 e R$ 666 bilhões em 2022.

Continua depois da publicidade

E ainda segue substituindo dinheiro, cartões e transferências eletrônicas, principalmente em regiões mais distantes de grandes centros e com acesso precário à internet.

Novo formato

A principal mudança anunciada pelo BC está na transferência da regulação do modelo-padrão do cheque para as instituições financeiras que ofereçam contas de depósitos à vista. As próprias instituições vão definir o modelo dos talões que vão circular no país.

Antonio Guimarães, consultor do Departamento de Normas (Denor) do Banco Central explica que o novo padrão do cheque ajudará “no combate às tentativas de fraudes que utilizam cheques falsos para prejudicar o cidadão”.

Continua depois da publicidade

Mas ressalta que eventuais modificações de funcionalidades “não devem alterar significativamente a cártula do cheque à disposição dos correntistas de bancos atualmente. Até porque alterações significativas implicariam custos elevados de adaptação pelos próprios bancos”, diz.

Como exemplo das mudanças, Guimarães cita os campos que identificam a agência em que o cliente tem conta. “Esse espaço pode passar a armazenar um código de segurança para garantir que o cheque é legítimo. O objetivo principal é aprimorar o uso do instrumento para a prevenção de fraudes”, salienta.
Para que as instituições possam se adaptar ao novo modelo de autorregulação, ficou definido que o ato normativo terá vigência a partir de 2 de outubro de 2023 – até lá, se manterão as regras atualmente estabelecidas.

“Deve ser destacado que o conteúdo da convenção e os ajustes futuros decorrentes devem ser comunicados ao Banco Central com trinta dias de antecedência da sua implementação”, diz o BC em seu comunicado.

Nome social

Outra novidade é a permissão da inclusão do nome social do usuário em suas folhas de cheque. Segundo o BC, a inspiração para essa alteração veio do Pix, que já permite o uso do nome social por parte de seus usuários.

Continua depois da publicidade

“Os interessados em ter seu nome social em suas folhas de cheque devem entrar em contato com as instituições financeiras com a qual tenham relacionamento para saber como proceder”, diz o BC.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.