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SÃO PAULO – Registrando um bom crescimento em relação ao mesmo período do ano passado, o resultado do primeiro trimestre de 2010 da Cielo (CIEL3) ficou acima do esperado pelo mercado, principalmente nos quesitos lucro líquido e Ebitda (geração operacional de caixa).
Divulgado na manhã desta quinta-feira (29), a antiga VisaNet registrou lucro de R$ 440,2 milhões, indicando uma alta de 32,1% em relação ao mesmo quarto de 2009. O Ebitda da empresa seguiu a mesma linha e registrou uma evolução de 32,6% na mesma base comparativa, ficando em R$ 713,6 milhões.
Para a boa geração de caixa operacional apresentada, a Link Investimentos apontou como ponto favorável a redução nas despesas extraoperacionais, fato que colaborou para o número 2,4% acima de suas projeções. “Sendo assim, a empresa foi capaz de melhorar a margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) de 68,2% para 70%”, diz Mariana Taddeo, analista da corretora.
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Já o lucro líquido superou o consenso do mercado principalmente por conta da melhor produtividade da empresa, afirma a Spinelli Corretora, enfatizando a eficiência relatada pela companhia entre janeiro e março. “O CPV (Custo de Produto Vendido) expandiu 18,6%, abaixo do crescimento da receita da Cielo (20,4% na passagem anual)”, argumentou o analista Daniel Malheiros.
Débito e crédito
Outro ponto positivo levantado pelos analistas foi o crescimento no volume de transações envolvendo tanto cartão de crédito, como cartão de débito, na comparação com o início de 2009. De acordo com Mariana, o contínuo aumento do consumo doméstico contribuiu para a maior utilização do cartão magnético para o pagamento das compras.
A receita bruta com cartão de crédito ficou em R$ 556,2 milhões no primeiro quarto desse ano, crescimento de 23,9% frente ao mesmo período do ano passado. Já a receita com cartão de débito respondeu por um montante de R$ 177,2 milhões, aumento de 25,1% na mesma base comparativa. Os números ficaram bem próximos das estimativas da Link.
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POS e antecipação de recebíveis
Já a receita adquirida através do aluguel de POS (terminal de captura de transações) subiu 14,9% no primeiro trimestre em relação a 12 meses atrás, indo para R$ 294,5 milhões. No entanto, essa evolução não acompanhou o crescimento de 25,2% da base instalada de equipamentos da Cielo, “reflexo dos descontos de preços de aluguel em 8,4% no período”, disse Malheiros.
Contudo, o especialista da Spinelli destaca o aumento de 29,4% na antecipação de recebíveis na mesma base de comparação. “Vale lembrar que a Cielo, diferentemente da Redecard (RDCD3), iniciou essa operação há pouco mais de um ano, por isso esperamos evolução significativa da antecipação de recebíveis para os próximos períodos”, analisa Malheiros.
Próximos resultados
No entanto, outros assuntos além dos números reportados também estiveram em pauta nos relatórios de análise. Henrique Caldeira, do Barclays Capital, mantém o foco no horizonte promissor traçado para a economia brasileira, o que deverá ajudar a Cielo a manter os números consistentes nos próximos resultados. Caldeira relata que o Barclays recentemente elevou suas projeções para o PIB (Produto Interno Bruto) do País em 2010, indo de 5,7% para 6%.
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Já Mariana atenta-se mais à questão envolvendo o acirramento da concorrência no setor. “Com o aumento da competitividade, devemos observar uma queda na receita de aluguel e na taxa de administração líquida de intercâmbio”, diz a analista da Link. Contudo, ela acredita que a situação macroeconômica atual do País deve manter o consumo doméstico elevado, o que deve “sustentar o crescimento do volume das operações com cartões”.
Já Malheiros chama a atenção para outros fatores, como as mudanças envolvendo a estrutura societária da Cielo – saída do Banco Santander de seu capital acionário – e a criação da Elo, a bandeira de cartões anunciada em parceria do Banco do Brasil e Bradesco. No aguardo da teleconferência da empresa para maiores detalhes, que será nesta sexta-feira (30) durante a manhã, o especialista da Spinelli diz que espera ver nas ações da companhia uma repercussão positiva por conta dos números apresentados.