Classe Média cresceu 50% na América Latina em dez anos

Entre 2000 e 2010, Classe Média passou de 100 milhões para 150 milhões, diz Banco Mundial

Heraldo Marqueti Soares

Blurred image of Hong Kong Central Business District, China, blurred motion, selective focus
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SÃO PAULO – Novo relatório do Banco Mundial, divulgado na última terça-feira (13) mostrou que na última década cerca de 50 milhões de pessoas subiram à Classe Média em toda América Latina, representando alta de 50%.

O estudo, intitulado Mobilidade Econômica e Ascensão da Classe Média Latino-Americana, apontou que em 2010 mais de 150 milhões de pessoas já estavam alocadas aos níveis de Classe Média. Esse número representa 30% do total da população latina.

Dentre as explicações estão os maiores níveis de escolaridade entre os trabalhadores, o aumento do emprego no setor formal e a intensa urbanização. O estudo também apontou que o número de mulheres no mercado de trabalho cresceu consideravelmente e que as famílias do continente estão cada vez gerando menos filhos.

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O presidente do Banco Mundial, Jim Yong Kim afirmou que a experiência recente da América Latina e do Caribe mostra ao mundo que as políticas que estabelecem o equilíbrio entre o crescimento econômico e a expansão de oportunidades podem promover a prosperidade de milhões de pessoas. “Os governos da América Latina e do Caribe ainda precisam fazer mais, pois, um terço da população ainda vive na pobreza, alertou ele.

Destaques
O Brasil foi uma das nações em evidência, com 40% de expansão da Classe Média no período. A Colômbia atingiu um aumento de 54% (considerando o intervalo entre 1992 a 2008) e o México, por fim, expandiu 17% de sua Classe Média (entre 2000 e 2010).

Definição de Classe Média
O Banco Mundial estipulou que a Classe Média é composta por indivíduos com renda entre US$ 10 e US$ 50 diários, pois esse nível de rendimento proporciona um aumento da capacidade de resistência a eventos inesperados e reflete uma menor probabilidade de retorno à pobreza.

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Vulneráveis
O relatório também descreve uma quarta camada social, chamada de “classe vulnerável”, que representa quase 38% da população – inserida entre os pobres e a classe média – e que, embora tenham uma renda superior a dos pobres, ainda carecem da segurança econômica da classe média, ganhando um rendimento entre US$ 4 e US$ 10 per capita por dia.

No período analisado, a porcentagem de pobres na América Latina caiu de 44% para 30%. E, segundo o estudo, os vulneráveis carregam uma probabilidade de 10% de regressão à pobreza.

Veja a divisão das classes segundo os parâmetros do Banco Mundial: 

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Divisão das classes pelo Banco Mundial
Classe Porcentagem da população  Renda diária
*Banco Mundial
Alta 2% mais de US$ 50
Classe Média 30% entre US$ 10 e US$ 50
Vulneráveis 37,5% entre US$ 4 e US$ 10
Pobres 30,5% até US$ 4