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SÃO PAULO – As compras com cartão aumentaram 14,1% no primeiro trimestre de 2020, com um volume transacionado de R$ 475,7 bilhões, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (27) pela Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (Abecs).
A alta acontece mesmo em meio à crise econômica causada pela pandemia de coronavírus. No total, os brasileiros fizeram 5,8 bilhões de transações utilizando cartões no primeiro trimestre.
“Vínhamos com um crescimento de 19% no último trimestre e agora tivemos uma queda, mas ainda assim foi um aumento significativo, dado o momento de pandemia. Em relação ao cartão de crédito, houve um aumento de 14,1% no volume transacionado para R$ 297,7 bilhões no primeiro trimestre e no cartão de débito, o aumento foi de 12,5% para R$ 170,8 bilhões”, explicou Pedro Coutinho, diretor presidente da Abecs.
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A modalidade de cartão pré-pago subiu 78,9%, com um volume transacionado de R$ 7,1 bilhões no primeiro trimestre.
A região Sudeste, que tem a maior participação no mercado de cartões (65,6%), foi a que apresentou a maior variação em comparação ao primeiro trimestre de 2019: aumento de 18% no volume transacionado, subindo para R$ 186,2 bilhões.
Dado o cenário de quarentena, os gastos do brasileiros no exterior diminuíram 21,1% no primeiro trimestre, principalmente na Ásia (-53,6%), seguida por América Latina e Central (-49%), EUA (-47,6) e Europa (-44,6%).
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Compras online
As compras online apresentaram aumento de 23,2% no primeiro trimestre, representando 29% do volume transacionado com cartões de crédito, cerca de R$ 87 bilhões.
“Considerando apenas compras não presenciais, o ticket médio abaixou para R$ 93,80 devido a diversificação encontrada nas vendas online”, diz Coutinho.
Considerando apenas março, a alta foi de 10,5%. “A tendência é que esse segmento volte a atingir um patamar mais elevado de crescimento nos meses seguintes, dada a manutenção das políticas de isolamento social”, afirma o presidente da Abecs.
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O pagamento por aproximação, por meio da tecnologia conhecida como NFC, apresentou aumento de 456% e movimentou R$ 3,9 bilhões no primeiro trimestre. “A Covid-19 vai aumentar o uso dessa modalidade devido ao novo comportamento de distanciamento”, acredita Coutinho.
O presidente da Abecs afirma que a entidade avalia aumentar o limite para esse tipo de transação, que hoje é de R$ 50: “Nossa proposta é que cada emissor defina seu limite, que não precisará ser os R$ 50 padronizados na indústria. As adquirentes terão a possibilidade de aprovar a transação de acordo com o valor definido pelo emissor”, explica o executivo.
Uma reunião nesta quarta deve discutir qual será a faixa de limite praticada pelos emissores da indústria.
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Ricardo Vieira, diretor executivo da Abecs, diz que não houve aumento nos casos de fraude por meio desse sistema de pagamento durante a pandemia, segundo estudos feitos pelas bandeiras de cartões. “Mas essa solução é complexa e estamos construindo a ideia já que dessa maneira proposta por nós não haveria uma padronização na ponta”, explica.
Início da pandemia
O mês de março foi desafiador para a indústria dada a chegada da pandemia. Foi registrado um aumento de 3,4% no volume transacionado (R$ 146,6 bilhões), a menor variação desde o início da série analisada pela Abecs em 2007.
Auxílio Emergencial
O presidente da Abecs afirma que a associação se colocou à disposição da Caixa Econômica Federal para ajudar no pagamento do auxilio. A Elo lidera o projeto junto ao banco.
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“Todas as adquirentes estão trabalhando com a Elo para operacionalizar e fazer o repasse para a população. A ideia é que as pessoas consigam usar o dinheiro do auxílio por meio do cartão virtual da Elo e um QR Code nas compras nos estabelecimentos, como supermercados. Se tudo correr bem, as adquirentes já devem participar da terceira parcela do auxílio emergencial”, disse.
O executivo informa que o Banco Central definiu, junto com a Caixa e adquirentes, uma taxa de de até 1,2% do valor por transação para as adquirentes.