Consumidores brasileiros permanecem cautelosos devido à economia

Segundo o Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo, em jullho, a confiança do brasileiro registrou 137 pontos no último mês

Karla Santana Mamona

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SÃO PAULO – O consumidor brasileiro continua cauteloso quanto a compra de bens duráveis. Segundo o Índice Nacional de Confiança da Associação Comercial de São Paulo, em jullho, a confiança do brasileiro registrou 137 pontos no último mês, na comparação com junho. Como a margem de erro é de três pontos percentuais, o cenário é de estabilização.

Em relação ao mesmo período do ano passado, houve queda de 12 pontos, já que no sétimo ano de 2012, o índice era de 149 pontos. O indicador varia entre de 0 e 200 pontos, sendo que 200 representa o otimismo máximo. É obtido a partir de mil entrevistas domiciliares realizadas todos os meses, em nove regiões metropolitanas e em 70 cidades do interior brasileiro.

“Os dados de julho revelam que a incerteza na economia está maior do que há um ano em razão da inflação, da volatilidade cambial e da elevação dos juros pelo Banco Central. Desta forma, o consumidor se mantém cauteloso quanto à compra de bens duráveis, principalmente de prazos mais longos”, explica o presidente da ACSP, Rogério Amato.

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Por classe
Na análise por classe, a C é a mais otimista, entretanto o indicador apresentou ligeira queda, passando de 142 pontos em junho, para 140 em julho.

A classe AB também caiu dois pontos: de 132 pontos em junho foi para 130 pontos em julho. As classes D e E apresentaram leve queda, de um ponto: de 122 para 121, na mesma base de comparação.

Entre as regiões, a Norte e Centro-Oeste são as mais otimistas, com 179 pontos em julho contra 151 em junho. A razão desse maior otimismo é o recorde das safras de grãos nessas regiões. Para o Sudeste, o INC registrou 144 pontos – leve queda sobre junho (quando ficou em 146 pontos).

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Na região Sul, foram registrados 127 pontos em julho contra 139 em junho. “Esse desempenho foi provavelmente impactado pela forte onde de frio no final de julho, afetando as colheitas.” Já o Nordeste, registrou leva alta de 122 pontos em julho, contra 121 em junho. “Cenário estável, mas ainda impactado pela grande seca que assola a região.”

Compras
Devido ao cenário, os consumidores que se sentiam a favor da compra de eletrodomésticos sofreram ligeira queda, com 42% em julho contra 44% em junho. Há um ano, os favoráveis à compra eram 50% dos entrevistados. 

Com relação aos bens de maior valor (carros, imóveis), os que estavam mais à vontade para comprar em julho eram 30% e 42% estavam menos à vontade. Deve-se destacar que, há seis meses , 36% se sentiam à vontade e 32% menos à vontade, invertendo a situação.

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Situação financeira atual e futura
Em relação a situação financeira do consumidor brasileiro, os dados indicam que houve melhora. Em junho, 45% dos entrevistaram consideraram boa sua situação financeira. Essa porcentagem passou para 48% dos entrevistados em julho.

Já a situação financeira futura dos entrevistados não sofreu alteração de junho para julho, ficando em 49%. Mas está bem abaixo da situação de um ano atrás: em julho de 2012, 54% dos brasileiros ouvidos pela pesquisa opinaram que sua situação financeira ia melhorar.

Segurança no emprego
Os dados indicam ainda que em julho, 38% dos entrevistados se sentiam seguros no emprego, contra 36% em junho. Já em julho de 2012, os que se sentiam seguros eram 44%.

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O número de pessoas conhecidas dos entrevistados que perderam o emprego subiu de 3,4 pessoas em junho para 3,5 pessoas em julho, com leve alta, confirmando os dados mais recentes divulgados pelo IBGE.