Corinthians reflete a ascensão financeira da classe C, diz jornal americano

Melhores lugares no Itaquerão serão mais caros para subsidiar os ingressos mais baratos

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SÃO PAULO – O time do Corinthians passou da pobreza a riqueza nos últimos anos e virou símbolo do crescimento econômico da classe média brasileira. A opinião é do jornal norte-americano The Wall Street Journal.

De acordo com a publicação, o bairro de Itaquera, local onde está sendo construído o estádio de futebol do clube, surge como um novo poder econômico emergente, com novos carros nas ruas e mais consumidores nos shoppings.

Enquanto o clube, que há cinco anos estava quebrado e na segunda divisão, tem atualmente 35 milhões de torcedores, possui patrocínio da Nike, é o time mais rico do Brasil (avaliado em cerca de US$ 500 milhões) e está entre os dez times mais valiosos do mundo. Para o jornal, a recuperação do time está ligada à injeção de dinheiro dos torcedores que passaram a gastar mais com produtos e jogos.

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Para o economista e executivo-chefe da consultoria de esportes Pluri, Fernando Ferreira, antes da ascensão econômica, a classe C precisava gastar seu dinheiro com comida, habitação, educação e saúde. Porém, essas pessoas passaram a ter acesso a educação e atendimento médico de melhor qualidade e ganhou mais poder aquisitivo com a ajuda de programas de crédito. “As pessoas podem gastar mais dinheiro com o Corinthians”, afirmou Ferreira.

Estratégia
Ainda segundo o The Wall Street Journal, os executivos do clube informaram terem reformulado a estratégia de negócio do time para aproveitar o crescente poder de consumo de seus torcedores. Já foram abertas 110 lojas que vendem produtos oficiais, é lançada uma camisa nova a cada ano e também foi criado um programa de fidelidade para ajudar a vender entradas para os jogos.

O estádio do Corinthians, que deve ficar pronto em dezembro, tem capacidade para 48 mil pessoas. O vice-presidente do clube, Luis Paulo Rosenberg , afirmou que como 90% dos torcedores ainda são das classes menos favorecidas, o plano é cobrar mais caro pelos melhores lugares para subsidiar os ingressos mais baratos.