De empregado a patrão

Ter o próprio negócio não é um sonho impossível. Com R$ 50 mil, dá começar um empreendimento bem estruturado no ramo de franquias

Eliane Quinalia

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SÃO PAULO – Deixar a vida de empregado para se tornar um empreendedor pode não ser um sonho impossível. Já não é mais preciso acumular uma grande quantia em dinheiro para ter seu próprio negócio. Com R$ 50 mil, é possível adquirir uma microfranquia em diferentes ramos: alimentação, serviços automotivos, educação ou ensino de idiomas, entre outros.

No entanto, optar por um negócio exclusivamente pelos custos acessíveis pode ser um grande erro. “O empreendedor deve avaliar o preço, sim, mas também tem que olhar os próprios talentos. O sucesso do negócio dependerá também das habilidades e interesses de quem irá administrá-lo”, explica o diretor de microfranquias da ABF (Associação Brasileira de Franchising), Artur Hipólito.

Fundo de reserva
Decidido o segmento a ser trabalhado, o ideal é que o novo empresário conte com um fundo de reserva para ajudá-lo nos primeiros seis meses do negócio. “Nessa fase, é comum que o empreendedor tenha prejuízos. Por isso, ele deve ter um fundo para apoiá-lo”, orienta Hipólito.

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Também é importante não misturar a vida profissional com a pessoal e evitar o uso do dinheiro da empresa para fins particulares. O especialista lembra que muitos empreendedores mal começam uma franquia e já compram um carro novo ou passam a utilizar o dinheiro da empresa para gastos pessoais, como o pagamento das mensalidades escolares dos filhos.

Outro item que também deve ser avaliado é o histórico da rede. Afinal, nem sempre um alto número de unidades franqueadas espalhadas por aí pode ser um bom sinal. “Por ser um investimento de baixo valor, muitos empresários acabam aderindo ao negócio por impulso. Isso não é bom. É preciso ter cuidado, avaliar bem e ter certeza de estar entrando em um negócio com boa estrutura”, diz o consultor de franchising Paulo Ancona Lopez.

O que são as microfranquias?
Microfranquia é um sistema de parceria no qual o franqueador, proprietário de um negócio, disponibiliza aos interessados – futuros franqueados – o uso da sua marca comercial e se responsabiliza também pela transferência de know-how. O valor máximo inicial de investimento não ultrapassa R$ 50 mil.

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As principais vantagens desse negócio estão no baixo investimento necessário para a abertura de uma unidade e no rápido retorno. “Para que a aquisição de uma microfranquia valha realmente a pena, o prazo de retorno não deve ser superior a 24 meses”, orienta Ancona.

Números que falam

Na hora de escolher uma franquia, o empreendedor pode contar com a ajuda da ABF (Associação Brasileira de Franchising). O Guia de Franquias está disponível no endereço http://www.portaldofranchising.com.br/site/content/guiadefranquias e traz uma ficha técnica das diversas empresas disponíveis para investimento. O consultor de franchising Paulo Ancona Lopez ensina como ler essas fichas para fazer uma escolha segura e consciente!

Faturamento médio mensal
Total estimado para o faturamento da franquia em um mês de vendas.

Retorno
Tempo previsto pelo franqueador para que a franquia comece a dar lucros e o investimento se pague.

Taxa propaganda
Taxa cobrada pelo franqueador para a realização de propagandas institucionais da marca como um todo. Os franqueados interessados em promover a própria loja deverão arcar com os custos do próprio bolso.

Taxa royalties
Valor pago pelo franqueado ao franqueador pelos treinamentos recebidos.

Capital para instalação
Valor que um franqueado deverá desembolsar para estruturar seu negócio em termos físicos. Normalmente, o franqueador indica os fornecedores de sua preferência para a prestação dos serviços.

Taxa de franquia
Investimento pago pelo empreendedor para ter acesso e comercializar a marca da franquia.

*Esta reportagem foi sugestão do leitor José Roberto Nogueira Júnior. Quer sugerir uma pauta? Mande um e-mail para contato@revistainfomoney.com.br ou deixe comentários em nosso Facebook: facebook.com/InfoMoney.

Essa matéria foi publicada na edição 41 da revista InfoMoney, referente ao bimestre novembro/dezembro de 2012. Para tornar-se um assinante da revista, clique aqui.