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SÃO PAULO – Acostumado a receber mesada, e diante de tanta facilidade que o plástico proporciona, seu filho agora quer um cartão de crédito. Como saber se ele está maduro o suficiente para ter acesso a esse tipo de pagamento, que em caso de descontrole pode trazer mais dor de cabeça do que vantagens?
Quando bem usado, o cartão se torna um aliado do orçamento: você paga a conta como se estivesse com o dinheiro em mãos e o desse à vista ao comerciante, se livrando da taxa de juros. Apesar disso, tem até 30 dias para pagar a fatura.
O problema é quando não existe um controle sobre os gastos. De nada adianta ter um mês de prazo até o vencimento do débito se, no dia do acerto de contas, não houver dinheiro suficiente. Quando se trata de adultos esse tipo de planejamento já é complicado. Com jovens, a situação tende a piorar, uma vez que a noção quanto às próprias finanças pessoais, na maioria das vezes, ainda não atingiu o grau de responsabilidade adequado.
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Informe-se
De acordo com a Fundação Procon de São Paulo, com menos de 16 anos o jovem é considerado completamente incapaz perante a Justiça. Com essa idade, até 18 anos, são relativamente incapazes – o que exige a participação do responsável legal em assinatura de contratos financeiros.
Partindo desse pressuposto, muitos bancos emitem cartão de crédito para titulares que tenham pelo menos 18 anos. No caso do plástico adicional, essa idade limite costuma cair para 16 anos. Por isso, a melhor coisa é informar-se no seu banco para avaliar se, antes de tudo, é possível conceder a regalia ao seu filho.
Oriente o jovem
A participação dos pais não pára por aí. É necessário acompanhar os gastos do jovem, orientá-lo da melhor maneira possível e, principalmente, seguir a regra: o que ele compra, ele paga. Supondo que o jovem tenha uma mesada de R$ 100, por mais que o limite para gasto com o crédito seja de R$ 200, ele terá de se restringir ao que pode efetivamente gastar.
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Por outro lado, “torrar” tudo o que ganha com o cartão de crédito – e de uma vez só – não é uma medida inteligente. Existem os imprevistos, alguns gastos menores que muitas vezes são esquecidos e, no final das contas, um mês inteiro ainda que exigirá consumo.
Por isso, faça um planejamento com seu filho: ainda levando em consideração a mesada de R$ 100, combine que ele poderá gastar no cartão até metade desse valor, por exemplo. O restante fica em dinheiro para compras do dia-a-dia, como pagamento de cinema, lanches e outras coisas menores.
Por isso faça uma espécie de planilha diária com o jovem. Ao final do dia, converse com ele, pergunte quanto foi gasto e o oriente a guardar os comprovantes de pagamento. Fazendo a soma de quanto se comprou, é mais fácil de manter o controle.
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Sem desculpas
Não aceite desculpas: dia de pagamento é dia de pagamento. Se a fatura vence no dia 10, é até essa data que seu filho terá que dar o dinheiro. Uma alternativa é abater o quanto ele gastou com o plástico direto da mesada, como se fosse um crédito com desconto em folha.
Alongar prazos e emprestar dinheiro não é recomendado: se o jovem tiver aquela sensação de que sempre que a coisa “aperta” o pai e a mãe correm em seu auxílio, jamais criará responsabilidade financeira. Quando as conseqüências dos atos sem-limite pesam no bolso, a prevenção do problema é muito mais eficiente.
Para maiores
O acompanhamento não acaba se o seu filho já tiver 18 anos e receber a fatura no próprio nome. Tente se inteirar sobre seus gastos e ofereça-se para ajudá-lo a gerir as finanças se ele já tiver um salário. Caso ainda dependa de seu dinheiro, a situação exige ainda mais participação: apesar de ser maior de idade, ele pode não estar maduro o suficiente para lidar com as próprias contas.