Divulgação do relatório Focus atrasa pela 2ª semana seguida

Servidores do BC têm feito paralisações diárias, que estão afetando a divulgação de indicadores, e decidirão hoje se entram em greve

Equipe InfoMoney

Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília
Edifício Sede Caixa Econômica Federal e Banco Central em Brasília

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Com a operação-padrão dos servidores do Banco Central, que estão paralisando as atividades todos os dias das 14h às 18h, a instituição informou na manhã desta segunda-feira (28) que a divulgação do Relatório de Mercado Focus irá atrasar pela segunda semana consecutiva.

Os dados, que normalmente são publicados às 8h25, só estarão disponíveis às 10h. O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Fabio Faiad, afirmou novamente ao InfoMoney que o atraso na divulgação se deve à operação-padrão.

Os servidores do BC estão fazendo paralisações diárias de quatro horas desde 17 de março. O movimento já atrasou outras divulgações além do Focus, como o resultado do questionário pré-Copom, o fluxo cambial e a apuração diária da ptax.

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Também nesta segunda, o BC afirmou que “as notas econômico-financeiras produzidas pelo Departamento de Estatísticas (DSTAT) do Banco Central do Brasil (estatísticas do setor externo, estatísticas monetárias e de crédito e estatísticas fiscais) não serão divulgadas nesta semana”. “Oportunamente, informaremos as datas de publicação das notas relativas ao mês de fevereiro”.

Possibilidade de greve

Uma assembleia está marcada para as 14h de hoje, e Faiad afirmou que a orientação do sindicato vai ser para que os servidores votem pela greve. Segundo o jornal “O Estado de S. Paulo”, o presidente do BC, Roberto Campos Neto, desistiu de participar de um evento em Campo Mourão (PR) nesta segunda para acompanhar de perto a mobilização dos servidores.

Diante do risco de paralisação total das atividades, Campos Neto se reuniu na noite de sábado (26) com representantes dos servidores, que cobraram um posicionamento do governo sobre a possibilidade de reajuste salarial. A categoria exige um aumento de 26,3%, além da reestruturação da carreira, mas o presidente do BC não apresentou nenhuma proposta de aumento.

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Com as pressões crescentes, Campos Neto enviou um ofício ao Ministério da Economia solicitando que os servidores do BC recebam reajuste salarial caso o governo decida dar aumento para outras categorias (o fim do ano passado, o presidente Jair Bolsonaro prometeu aumentos para policiais federais e rodoviários, mas até agora não oficializou o reajuste).

A posição inicial do presidente do BC era de que reajustes não deveriam ser concedidos para nenhuma categoria. Questionado pelo Estadão na quinta-feira (24), Campos Neto afirmou que a instituição tem “esquemas de contingência” para continuar funcionando caso o movimento evolua para uma greve geral dos funcionários.

* Com informações da Agência Estado.

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