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Quase oito em cada 10 famílias no Brasil estão com dívidas, em atraso ou não. Essa é a maior proporção de endividados desde o início da Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), em 2010, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
A taxa atual de famílias endividadas é de 77,5%. Em fevereiro, o percentual era de 76,6%. Já em março do ano passado, a taxa era de 67,3%, de acordo com a Peic.
De acordo com a análise, os números apontam a tendência de alta do endividamento, apesar de os juros de mercado estarem mais elevados e encarecerem o crédito. Segundo dados recentes do Banco Central (Bacen), as taxas de juros médias nas linhas de crédito com recursos livres às pessoas físicas aumentaram de 39,4%, em janeiro de 2021, para 46,3%, em janeiro de 2022.
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Em nota, o presidente da CNC, José Roberto Tadros, avalia que o resultado da pesquisa reflete a pressão da inflação nos orçamentos, mesmo diante do aumento da taxa básica de juros, que teria o papel de reduzir a demanda por crédito. “Essa inflação alta, persistente e disseminada mantém elevadas as necessidades de crédito para recomposição da renda, fazendo com que as famílias encontrem nos recursos de terceiros uma saída para manutenção do nível de consumo”, observa.
Mas nem toda dívida é ruim. “Existe uma demonização do crédito”, afirma Bruna Allemann, educadora financeira da Acordo Certo, empresa de renegociação de dívidas do Grupo Boa Vista.
O diferença, segundo Allemann, é o tipo de dívida. “Uma pessoa que tem parcelas no cartão de crédito é endividada, porque tem uma obrigação financeira futura. Mas é possível ter um endividamento positivo, feito de forma consciente e com planejamento”, explica.
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O endividamento ruim, para Allemann é aquele feito sem planejamento, com parcelas que não cabem no bolso, com taxas de juros muito elevadas e que levam à inadimplência. “O crédito mais acessível, como de cartão de crédito e cheque especial, está ainda mais caro com a alta da Selic. Quem já tinha pegado um empréstimo no passado, por exemplo, pode não estar conseguindo cobrir as parcelas agora e virou inadimplente”, afirma a educadora.
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A tendência é piorar: segundo o mais recente Relatório Macroeconômico Serasa Experian, pelo menos durante o primeiro semestre de 2022, espera-se que a inadimplência do consumidor prossiga em elevação.
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Como sair das dívidas
Para Bruna Allemann, o primeiro passo para sair das dívidas é listar todas elas. “É preciso ter noção do tamanho do problema. Depois disso, listar as dívidas mais caras – com juros maiores – e avaliar o que é possível negociar ou não”, diz.
Muitas dessas dívidas podem ser negociadas com descontos em feirões como do Serasa e da Febraban.
Depois de quitar as dívidas, é importante organizar as finanças e, enquanto não houver um controle, evitar ferramentas de crédito fácil, como crediários, cartão de crédito e cheque especial.
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