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SÃO PAULO — Christian Gebara, presidente da Telefônica Brasil – Vivo (VIVT3), espera que a aprovação da compra da Oi Móvel pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) aconteça ainda no segundo semestre de 2021.
Em entrevista nesta quarta-feira (28) antes da call com analistas sobre os resultados do segundo trimestre de 2021, Gerbara disse que “a compra foi muito bem pensada” e que a “empresa considerou todas as limitações que poderiam existir em termos de atuação”.
“Temos expectativa de que no segundo semestre deste ano a gente tenha a aprovação tanto da Anatel quanto do Cade. Estamos provendo todas as informações para que eles façam a avaliação”, disse. “É uma operação que envolve empresas grandes e, por isso, o Cade a classifica como complexa, mas sempre foi pensada com a maior distribuição competitiva possível”, completou.
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“Nós tivemos mudanças na superintendência do Cade, o que gera mais tempo para que a avaliação da aquisição seja concluída, mas estamos com essa expectativa para o segundo semestre”, afirmou o executivo da Vivo.
Gerbara destacou ainda que a empresa tem R$ 6,6 bilhões em caixa líquido e que, caso a aquisição seja aprovada, terá de arcar com R$ 5,5 bilhões. “Já teríamos o recurso 100% disponível, mas, claro, estamos sempre avaliando boas opções de captarmos mais recursos quando necessário.”
TIM, Telefônica Brasil e Claro venceram em dezembro passado o leilão para comprar, por R$ 16,5 bilhões, as operações de redes móveis da Oi, que pediu recuperação judicial em 2016, e está vendendo ativos para levantar fundos e pagar credores.
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Dividendos
David Melcon, CFO da Telefônica Brasil – Vivo e que também participou da entrevista, comentou sobre a proposta de reforma tributária que está sendo analisada pelo Congresso. Segundo o executivo, pela proposta, a empresa pode ser beneficiada em alguns pontos, mas prejudicada em outros.
“Temos uma prática de distribuir 100% do lucro anual no ano seguinte. Payout de 100% através de dividendos e juros sobre o capital próprio. Neste ano, não temos motivos para pensar que a reforma possa atrapalhar o pagamento que já anunciamos em fevereiro de pagamento de mais de R$ 1 bilhão aos acionistas”, disse.
“Mas temos que ver tudo de forma conjunta. A Vivo é uma companhia que tem uma estrutura de capital que a permite ter algumas alternativas para proteger os interesses dos nossos acionistas”, completou o executivo.
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O Ministério da Economia entregou em junho a proposta de Reforma Tributária prevendo a tributação de dividendos distribuídos a pessoa física em 20%. A isenção para o recebimento de até R$ 20 mil num único mês valerá apenas para micro e pequenas empresas. Assim, quem receber os proventos de grandes empresas, mesmo que seja um pequeno investidor pessoa física, será tributado em 20%, independentemente do valor recebido, caso a proposta seja aprovada como está.
Resultados
Sobre o balanço do segundo trimestre de 2021, Gebara destacou o crescimento da companhia no segmento móvel e o avanço de 47% da receita de aparelhos na comparação com o mesmo período de 2020 — fruto de uma base comparativa bem fraca (no início da pandemia todas as lojas da Vivo fecharam) e também de lançamentos importantes de novos smartphones pela Apple e outras marcas.
A Vivo lucrou R$ 1,345 bilhão no segundo trimestre de 2021, um crescimento de 20,9% em relação ao mesmo período do ano passado. Já o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) recorrente da empresa totalizou R$ 4,226 bilhões, valor 3% maior na mesma base de comparação.
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A receita da Vivo chegou a R$ 10,649 bilhões no trimestre terminado em junho, o que representa 3,2% de crescimento sobre o mesmo período de 2020. Segundo a companhia, a base de clientes totalizou 97 milhões de acessos, cinco milhões a mais do que no ano anterior. No negócio de fibra óptica, a companhia chegou a 77 cidades, adicionando 4,3 milhões de casas passadas.
“A demanda por fibra se mantém forte e a companhia está também empenhada em diversificar a receita, Já anunciamos, por exemplo, nossa entrada no segmento de saúde com a criação da Vida V, plataforma digital de saúde e bem-estar”, disse Gebara.
“Em termos de ESG, somos uma empresa carbono neutro e a primeira no setor a usar energia 100% renovável em sua cadeia de produção. Temos, por exemplo, em Caruaru, Pernambuco, nossa primeira usina de biogás”, completou o presidente da companhia.
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“Renovamos nosso ISSO 14001 e seguimos no projeto de reciclagem e descarte correto de equipamentos eletrônicos. Só em 2021, devemos recolher gratuitamente cerca de 1,5 milhão de equipamentos de clientes que deixam de assinar serviços e têm equipamentos em suas casas.”
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