Estes países já liberam a entrada de brasileiros — e nem todos exigem vacina

Avanço da imunização permite o afrouxamento de restrições pelo mundo, mas ainda há riscos, como a variante delta; entenda

Giovanna Sutto

(Getty Images)
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SÃO PAULO – Passado cerca de um ano e meio desde que a pandemia começou, e depois de muitas restrições de fronteira e mobilidade ao redor do mundo, alguns países, diante do avanço da vacinação e melhores nos números da Covid-19, começam a liberar a entrada de estrangeiros.

É verdade que os riscos ainda são altos: o coronavírus ainda circula no mundo todo, a variante delta preocupa, e a vacinação ainda caminha a passos lentos em diversos países. O InfoMoney fez uma matéria sobre os riscos que a alta circulação da variante delta podem implicar na recuperação do turismo nacional, por exemplo.

E a incerteza também é alta: os países da União Europeia, por exemplo, votaram em submeter os EUA a novas restrições a viagens não essenciais em meio a um aumento de novos casos de coronavírus — o que foi considerado novo golpe para a indústria do turismo.

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No Brasil, apenas cerca de 30% da população já está completamente imunizada, segundo o site Our World in Data. E vale lembrar que mais de 8 milhões de pessoas não tomaram a segunda dose, conforme mencionou Marcelo Queiroga, ministro da Saúde, recentemente na Expert XP 2021.

Embora existam, os riscos estão mapeados e aos poucos alguns países estão abrindo suas fronteiras desde que os passageiros estejam vacinados ou com testes de Covid-19 negativos. Afinal, o setor de turismo é uma importante fonte de receita para muitas regiões.

No Brasil, os dados mais recentes da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), mostram que o setor registrou em maio faturamento de R$ 9,6 bilhões, 47,5% superior ao de maio do ano passado.

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No entanto, em comparação ao mesmo mês de 2019, antes do início da pandemia de Covid-19, houve redução de 31,2% no faturamento do setor.

Globalmente, a capacidade da aviação melhorou quase 1 ponto percentual e está em 62% dos níveis de 2019, de acordo com o rastreador de voos semanais da Bloomberg, que monitora a indústria.

Willie Walsh, que dirige a Associação Internacional de Transporte Aéreo, disse que está “um pouco mais otimista“ sobre uma recuperação do que estava no início deste ano, quando o grupo previu uma perda para toda a indústria de US$ 48 bilhões para 2021, um número que ele disse ser “um pouco conservador”.

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Considerando os anúncios recentes, o InfoMoney compilou as informações de alguns países sobre a atual situação de entrada de brasileiros com a ajuda de anúncios oficiais e do mapa interativo disponibilizado pelo Kayak, comparador de viagens. Confira os destaques:

Países abertos a brasileiros vacinados

Desde 26 de junho, turistas brasileiros totalmente vacinados contra a Covid-19 já podem visitar a Suíça, segundo informou o escritório do Turismo da Suíça no Brasil.

O país europeu reabriu suas fronteiras para o Brasil, mas apenas para aqueles que tomarem as duas doses da vacina (ou vacinas de dose única). Nesse caso, não será preciso de quarentena nem de apresentação do teste PCR. Caso o viajante tenha a intenção de seguir a partir da Suíça para outros países, serão válidas as regras do local de destino.

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Para a comprovação de imunizados brasileiros, basta apresentar o comprovante de vacinação juntamente com o passaporte. É preciso apresentar informações como data de nascimento, data da vacina, nome da vacina administrada e nome e endereço do local de vacinação.

Desde 1º de julho, o país anunciou que aceita estrangeiros vacinados. Porém, para entrar no país sem qualquer restrição é necessário estar com as duas doses de vacina aplicadas. Viajantes que venham do Brasil e não estão completamente vacinados precisam apresentar teste negativo para Covid-19 e ficar em quarentena para entrar em Anguila.

A França autorizou desde 17 de julho a entrada de viajantes de todas as nacionalidades, desde que estejam 100% vacinados contra o coronavírus com imunizantes aprovados pela Agência Europeia de Medicamentos (EMA).

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Entre eles estão três das quatro vacinas que estão sendo aplicadas no Brasil: Pfizer, Astrazeneca e Janssen. A lista ainda não inclui a vacina Coronavac, produzida no Brasil pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan — a EMA começou a analisar a liberação dessa vacina em maio e ainda não divulgou um parecer.

Os passageiros de países que fazem parte do grupo “vermelho”, caso do Brasil, poderão entrar na França desde que completamente imunizados com as vacinas aprovadas pela EMA. Também não é mais necessário fazer quarentena nem apresentar PCR negativo para a viagem.

Mais recentemente, em 24 de agosto, o Escritório de Turismo da Espanha anunciou que vai permitir a entrada de brasileiros totalmente vacinados.

Os turistas terão que apresentar um comprovante de vacinação com algum dos imunizantes aprovados na União Europeia ou pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Isso inclui as vacinas da Pfizer, Moderna, AstraZeneca, Janssen, Sinopharm e a CoronaVac, produzida no Brasil pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Além de turistas vacinados, são aceitos titulares de visto de longa duração; pessoal de transporte, marinheiros ou funcionários de transporte aéreo; pessoal diplomático e consular, de organizações internacionais, militares, da proteção civil e membros de organizações humanitárias, no exercício das suas funções.

Portugal anunciou nesta quarta-feira (01) que permitirá a entrada de turistas do Brasil. Assim, não será preciso fazer uma quarentena, mas será necessário apresentar um teste negativo de Covid-19. Ainda não há detalhes sobre os tipos de vacinas aceitas (saiba mais aqui). 

Portugal levantou a maioria das restrições com um plano em três fases, apoiado por uma rápida e eficiente implementação da vacinação. Ainda, o país está aberto também aos turistas da União Europeia que apresentem o certificado digital Covid-19 do bloco, bem como aos Estados Unidos, de onde os visitantes devem apresentar um resultado negativo à chegada.

Viajantes brasileiros podem entrar na Bélgica sem restrições desde que totalmente vacinados com três das quatro vacinas aplicadas hoje no país: Pfizer, AstraZeneca ou Janssen. Ainda não há informações sobre a liberação da Coronavac.

Os EUA anunciaram uma flexibilização de entrada a partir de novembro. Os cidadãos brasileiros não mais precisarão fazer uma quarentena ao chegar nos EUA ou viajar para outro país, como México, antes de entrar em solo americano.

No entanto, ainda não há definições sobre as vacinas autorizadas, especialmente sobre a liberação da Coronavac e da AstraZeneca – ambos liberados no Brasil, mas não nos EUA. Por lá, as vacinas aprovadas são a da Pfizer, da Moderna, e da Janssen.

Além disso, a entrada está liberada a depender das condições de visto (estudantes, cidadãos permanentes, entre outros estão liberados).

Entrada liberada com teste para Covid-19 e/ou quarentena

Segundo o site do Kayak, mais de 110 países aceitam a entrada de brasileiros sob alguma restrição. Em geral, é preciso apresentar um teste RT-PCR (considerado o “padrão ouro” entre os testes contra a doença) e uma quarentena ao chegar no país que varia a depender do destino.

Vale lembrar que as restrições de viagens são dinâmicas e podem mudar ao longo do tempo. Por isso, é sempre ideal checar as regras vigentes nos sites oficiais dos governos locais.

Confira alguns destaques:

A Alemanha anunciou uma flexibilização ao mudar a classificação do Brasil de “zona com variantes do vírus” para “zona de alto risco”.

Com isso, país facilitou a entrada de brasileiros, que poderão entrar no país europeu sem fazer a quarentena de dez dias, desde que apresentem um teste negativo para Covid-19 ou um comprovante de que se recuperaram da doença.

Podem viajar para o país europeu brasileiros vacinados com os imunizantes da Pfizer, Janssen, Moderna e AstraZeneca. A Coronavac ainda não foi aprovada na Alemanha.

O governo italiano decidiu nesta quinta-feira (29) prorrogar as medidas restritivas para viajantes que tenham passado por Brasil, Bangladesh, Índia ou Sri Lanka.

A decisão foi anunciada pelo ministro da Saúde da Itália, Roberto Speranza, em uma publicação no Facebook, após a assinatura do decreto.

A medida confirma ainda que os visitantes de quase todos os outros países de fora da União Europeia precisam cumprir quarentena de 10 dias, exceto pessoas de países de uma lista recomendada pela UE, para as quais a quarentena é reduzida para cinco dias.

Brasileiros podem entrar na Áustria desde que façam quarentena de 10 dias, apresentem teste negativo para Covid-19 e preencham uma autorização digital pré-viagem para apresentar ao chegar na fronteira.

No caso do Reino Unido, a entrada de brasileiros – independentemente de estar vacinado ou não – está liberada desde que a pessoa faça uma quarentena de dez dias em hotel antes de circular pelo país, além de apresentar dois testes negativos para Covid-19 neste período. Ainda, antes da viagem é preciso apresentar o teste negativo para Covid-19 feito até 72 horas antes de chegar ao país.

Os viajantes brasileiros estão liberados para entrar no país sem necessidade de quarentena, desde que apresentem um teste negativo para Covid-19.

  • Colômbia 

Viajantes brasileiros podem entrar no país sem a necessidade de quarentena e não há exigência de comprovante de vacina, mas há a necessidade de um teste negativo para Covid-19.

  • Bolívia 

Para entrar no país, os brasileriso precisam apresentar um resultado de teste negativo para Covid-19 até 72 horas antes da chegada e ficar em quarentena de dez dias ao chegar no país.

  • Paraguai 

Os viajantes não vacinados vindos do Brasil precisam ficar em quarentena por sete dias ao chegar no país, além de apresentar um teste negativo para Covid, enquanto visitantes totalmente vacinados com certificados de vacinação não precisam ficar em quarentena. São aceitas as vacinas aprovadas pela FDA, entidade de vigilância sanitária dos EUA, ou Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa maneira, todas as vacinas atualmente aplicadas no Brasil são aceitas: AstraZeneca, Pfizer, Coronavac e Janssen.

  • Chile 

O Chile liberou a entrada de brasileiros completamente vacinados a partir de 1° de outubro. Todas as vacinas aplicadas no Brasil são aceitas.

Os requisitos são vários: os viajantes internacionais precisam emitir o chamado Passe de Mobilidade do Chile para apresentar ao chegar no país, além de preencher um formulário de entrada e apresentar o PCR negativo (mesmo vacinados) e é exigido um seguro-viagem contra Covid-19.

  • Panamá

Os brasileiros não vacinados precisam ficar em quarentena por três dias ao chegar no Panamá. Por outro lado, visitantes totalmente vacinados com certificados de vacinação aprovados não precisam ficar em quarentena.

Assim como no Paraguai, são aceitas as vacinas aprovadas pela FDA, entidade de vigilância sanitária dos EUA, ou Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa maneira, todas as vacinas atualmente aplicadas no Brasil são aceitas: AstraZeneca, Pfizer, Coronavac e Janssen.

Os viajantes brasileiros totalmente vacinados com Pfizer, AstraZeneca ou Janssen não são obrigados a apresentar um resultado negativo no teste PCR ou a ficar em quarentena, mas há necessidade de preencher o chamado “Passe de Saúde” 72 horas antes da chegada ao país – incluindo um comprovante da vacinação.

Os estrangeiros não vacinados, com vacinação incompleta ou que tenham tomado vacinas que não sejam a Moderna, Pfizer, AstraZeneca ou Janssen deverão apresentar um seguro de viagem que cubra despesas médicas e de hospedagem no país.

Viajantes brasileiros estão liberados a entrar no país desde que apresentem teste negativo para Covid-19 feito até 120 horas antes da chegada ao país e mediante pagamento do seguro saúde local para o período de estadia.

Para entrar no país, os viajantes do Brasil precisam apresentar um resultado de teste negativo para Covid-19 até 72 horas antes da chegada e ficar em quarentena de dez dias.

Os viajantes brasileiros não precisam ficar de quarentena para entrar no país, mas é necessário apresentar o teste negativo de Covid-19 feito até 72 horas antes de chegar em Aruba.

Com destinos como Dubai e Abu Dhabi, para liberar a entrada de brasileiros o país exige teste negativo feito até 72 horas antes de chegar ao país, além de uma quarentena preventiva de 12 dias ao chegar no destino.

Os viajantes brasileiros não precisam ficar de quarentena para entrar no país, mas é necessário apresentar o teste negativo de Covid-19 feito até 72 horas antes de chegar na África do Sul.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.