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O Grupo Austral, controlado pela Vinci Partners, que possui seguradora e resseguradora, fechou o ano de 2022 com lucro líquido de R$ 76 milhões, alta de 9%, e faturamento de R$ 3 bilhões, um incremento de 41,4% em relação ao ano anterior.
As provisões técnicas chegaram a R$ 3 bilhões e o patrimônio líquido foi de R$ 635 milhões, 12% a mais que em 2021, com retorno sobre o capital investido de 12,7%. Em relação aos ativos totais, o aumento foi de 33%, atingindo montante de R$ 5,2 bilhões, contra R$ 3,9 bilhões no ano anterior.
O prêmio retido alcançou R$ 1,1 bilhão e a carteira de investimentos, R$ 1,2 bilhão. A companhia registrou o maior resultado técnico (diferença entre os prêmios arrecadados e o valor das despesas dos sinistros ocorridos – pagos ou pendentes de pagamento), de aproximadamente R$ 150 milhões.
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A Austral Seguradora, focada em riscos corporativos, fechou 2022 com o maior resultado da empresa, superando R$ 1,2 bilhão em prêmios emitidos. Com lucro de R$ 38,5 milhões, aumento de 39% em comparação ao ano anterior, a seguradora preserva sua posição entre as dez maiores empresas do setor no país nas operações de grandes riscos. Já o resultado técnico foi o maior na história da companhia e atingiu R$ 88 milhões.
A seguradora é líder no segmento de petróleo, com 55% de marketshare e prêmios emitidos na ordem de R$ 850 milhões. Em 2022, nesta carteira, houve crescimento de 9% de prêmios emitidos, em função da renovação de contratos com as maiores empresas do país.
De acordo com o CEO Carlos Frederico Ferreira, a expectativa com este segmento para 2023 envolve a demanda por projetos de geração de energia eólica offshore no Brasil, a exemplo do que já ocorre no exterior. “No Brasil ainda depende de uma regulamentação na questão de licenciamento ambiental. Mas, lá fora, já existe e tem projetos em operação, e nossos clientes têm sinalizado interesse nesse tipo de projeto aqui”, apontou Ferreira.
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Contudo, apesar de promissor, é um tipo de iniciativa que pode não ser segurada no futuro caso seja aprovado o PLC 29/2017, que foi desarquivado pelo Senado e voltou a tramitar no mês passado. “Se esse projeto avança, o Brasil não vai ter esse seguro [apólice específica para um aerogerador offshore] contratado aqui, porque vai ficar impossível de fazer”, indicou em entrevista ao InfoMoney, endossando o coro de parte do mercado de seguros que não concorda com o texto atual em debate no Congresso.
Entre as carteiras de maior destaque no ano estão Garantia, que teve alta de 35% em prêmios (valor do risco pago pelo segurado à seguradora) e representa 72% do negócio, e Financial Lines, que obteve incremento de prêmios emitidos pelo segundo ano consecutivo, chegando a 32%, em 2022, com D&O, E&O e RC Geral (modalidade na qual a seguradora passou a atuar no ano passado).
Resseguro
O braço de resseguro do grupo apresentou crescimento de 70% em prêmios emitidos e 5% em resultado técnico, se comparado ao ano anterior. O faturamento chegou a R$ 1,9 bilhão e o lucro líquido foi de aproximadamente R$ 42 milhões, um incremento de 78%. A companhia observou aumento em todas as linhas de negócios e registrou R$ 1,1 bilhão de prêmios retidos – 86% superior ao ano de 2021.
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De acordo com o CEO da Austral Re, Bruno Freire, o crescimento no ano foi resultado da soma de fatores como a não exposição às perdas sofridas pelo mercado ressegurador devido aos danos de fenômenos climáticos extremos, que afetaram especialmente os seguros agrícolas (ramo que a companhia não opera mais desde 2020), além de uma alta geral de preços do setor e uma “maior penetração por conta da desconcentração do mercado”. “Também investimos em outros segmentos, como Vida, que continua com alta demanda no pós-pandemia e nos sinaliza incremento para 2023”, explica o executivo.
Com operação em 18 países, a Austral Re também registrou expansão na América Latina com 30% de aumento em prêmios emitidos.