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SÃO PAULO – Os pais acreditam que uma educação financeira é importante para as crianças, mas fazem pouco para fomentar hábitos de consumo adequados.
A conclusão faz parte da tese de doutorado “Procedimentos utilizados pelas famílias na educação econômica de seus filhos”, defendida neste ano por Valéria Cantelli, da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
“O comportamento dos pais e seus procedimentos para educar os filhos nessa questão são intuitivos e pouco planejados. É pequeno o número de famílias que adotam condutas simples para elaborar uma lista de compras, registrar as despesas do dia e utilizar a mesada como forma de entrega de dinheiro para os filhos”, diz a autora.
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Teoria x prática
A pesquisa foi realizada com uma amostra de 270 famílias de uma cidade da Região Metropolitana de Campinas, com pelo menos um filho e idades entre três e 16 anos.
Entre elas, o que se percebeu é que as crianças ouvem sobre a importância de controlar o dinheiro e de poupar, mas presenciam a todo o momento o contrário. “Observa-se ainda a ausência de práticas voluntárias de poupança e economia doméstica. Essas condutas refletem a distância entre o que os pais dizem e o modelo que oferecem para a educação dos filho”, afirma Valéria.
A pesquisadora se surpreendeu com o número expressivo de famílias, em todos os estratos de renda, que separam dinheiro para as crianças ou fazem compras para os filhos sempre que pedem, atendendo prontamente às necessidades dos pequenos e deixando de lado o ensinamento sobre o que é necessidade e supérfluo.
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“Para os pais de maior nível socioeconômico, esta é uma forma de se fazerem presentes diante do pouco tempo que passam com os filhos. Já os de menor nível não querem que as crianças passem por privações e procuram proporcionar para elas as oportunidades que não tiveram”.
Outro problema encontrado na pesquisa foi que as famílias adotam a mesada e, mesmo assim, dão dinheiro esporadicamente para os filhos.
