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A venda de veículos desacelerou em abril tanto para os modelos novos quanto para os usados, com queda respectivamente de 21% e 18%, conforme dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). Enquanto a comercialização de carros ainda não conseguiu alcançar o período pré-pandemia, o preço dos seguros segue em alta.
Após queda em março, o Índice de Preços do Seguro Automóvel (IPSA), da insurtech TEx, registrou no mês passado o maior patamar da série histórica iniciada há 28 meses, chegando a 7% do valor do carro.
Com isso, o índice apresenta aumento de 14,8% no acumulado dos últimos 12 meses. Já na comparação com o mês anterior, houve alta de 6,1% em abril.
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Segundo Emir Zanatto, CEO da TEx, essa alta de 6,1% no último mês deve-se, em grande parte, ao recente aumento de casos de roubo e furto de veículos em regiões de grande importância para o mercado, como em São Paulo.
“Para se ter ideia, no primeiro trimestre de 2023 em comparação com o mesmo período do ano passado, tivemos 12,7% de crescimento em ocorrências de roubo e furto em São Paulo, segundo dados da Secretaria de Segurança Pública”, diz Zanatto.
O executivo destaca ainda que o aumento do IPSA ocorreu em quase todas as regiões do país analisadas pela TEx, “principalmente em São Paulo e no Rio de Janeiro, líderes em volume do índice”.
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De acordo com o indicador, os homens sentiram o aumento nos preços, com o índice para eles ficando em 8,2%, enquanto que para as mulheres houve estabilidade, permanecendo em 5,8%.
“Os números mostram que a distância entre os gêneros aumentou ainda mais, com os homens pagando 36,2% a mais que as mulheres.”
Também tem influência no preço do seguro o estado civil do segurado. Homens solteiros pagaram em média 11,7% no seguro de automóvel, sendo 86% mais caro em comparação aos homens casados, que pagaram 6,3% em média. Já entre as mulheres, a distância entre solteiras e casadas é menor: 29,1%.
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Dados regionais
Outro fator que tem impacto no preço do seguro de automóveis é a região onde o segurado reside, pois interfere diretamente nas taxas de roubo e furto.
“Ao analisar por região, podemos observar que a Região Metropolitana do Rio de Janeiro e de São Paulo pagaram 7,9%, quase o dobro da Região Metropolitana de Belém, que paga, em média, 4,3%.”
Na capital paulista, o indicador revela que o seguro na Zona Leste é 70% superior à região central. Já no Rio de Janeiro, a Zona Norte pagou o dobro da Zona Sul. Na capital mineira, a Zona Oeste é 50% mais cara que o Centro, região mais barata da cidade. Já em Recife, a Zona Sudoeste, maior preço, foi 30% mais cara que a Zona Norte, segundo maior preço.
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O que afetam os preços?
1° Classe de bônus
É a variável mais importante para determinar o valor do seguro de um automóvel, sendo categorizada em faixas que vão de 0 a 10. Esses valores são representados pela fidelidade e competência do segurado. Quanto mais renovações sem sinistro, maior será sua classe de bônus.
2° CEP do condutor
A região geográfica por onde o carro transita tem grande importância na determinação do valor do seguro, podendo, por exemplo, encarecer em locais com maior risco de roubo e furto.
3° Valor do veículo
Veículos mais caros, geralmente, não são alvos de roubos e furtos. Por isso, têm um valor proporcionalmente menor no seguro.
4° Idade do veículo
Carros mais velhos, com maior quilometragem, têm maior custo de reparo e geralmente são mais roubados. Quanto mais velho o carro, mais caro é o seguro.
5° Idade do condutor
É um bom indicativo de experiência na condução de veículos. Em geral, quanto mais velho é o condutor, menor é o preço do seguro.
6° Fabricante do veículo
Cada fabricante opera de maneira distinta na produção dos veículos, e isso também pode influenciar o preço do seguro. Um exemplo clássico é o custo de manutenção do veículo, que pode variar bastante conforme o fabricante.
7° Tipo de utilização do veículo
Para qual fim o veículo será utilizado? O uso particular é o mais comum, porém, há muitos casos de transporte por aplicativo cuja a exposição ao risco e a tendência mais acelerada de desgaste do carro pode provocar uma elevação da tarifa de seguro.