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Seguradoras criam ‘operação de guerra’ para retirar moradores afetados por chuva no litoral de SP

Força-tarefa usa táxi para retirar moradores e caminhões de grande porte para remover veículos encalhados na lama

Gilmara Santos

Trecho bloqueado da Rio Santos (BR-101) no litoral norte de São Paulo, após as fortes chuvas que atingiram o estado no Carnaval (Foto: DER-SP)
Trecho bloqueado da Rio Santos (BR-101) no litoral norte de São Paulo, após as fortes chuvas que atingiram o estado no Carnaval (Foto: DER-SP)

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As tempestades que atingiram o litoral Norte de São Paulo levaram um rastro de destruição e medo para a região. A Defesa Civil contabiliza, até o momento, 49 mortes — outras dezenas de pessoas ainda estão desaparecidas.

O governo paulista, sob a gestão de Tarcísio de Freitas (Republicanos), decretou calamidade pública por 180 dias na região afetada. Enquanto as autoridades buscam por sobreviventes, seguradoras se mobilizam para prestar assistência aos seus clientes e até não-clientes, na tentativa de minimizar o impacto material da tragédia.

Entre o último domingo (19) e segunda-feira (2o), a Porto realizou 1.117 atendimentos de remoção e 411 remoções de clientes por meio de táxis. Além disso, a companhia enviou 135 viaturas para todo o trecho (sul a norte), que incluem veículos especiais aquáticos, guinchos e pick-ups. Criou ainda bases para contornar emergências e encurtar prazo dos atendimentos de assistência e de sinistros (acionamento de um seguro contratado).

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Marcelo Sebastião, diretor de sinistros e assistência na Porto, comenta que, considerando a urgência humanitária da situação, o principal objetivo é dar o suporte possível tanto aos segurados quanto aos não-segurados da companhia.

“Considerando que temos veículos especiais e que conseguem acessar lugares com muita lama e detrito, estamos dando o suporte possível para servir a população que está numa situação muito difícil na região”, diz, ao lembrar que quando a seguradora consegue chegar ao carro de um dos seus segurados e um não-cliente está próximo e pede ajuda para deixar o veículo em local de melhor acesso, a companhia tem ajudado nesta remoção.

Sebastião conta ainda que a empresa criou uma força-tarefa para atender aos chamados na região afetada pelas chuvas. Além da remoção dos veículos, que, na maioria dos casos, estão sendo levados para um dos quatro “bolsões” criados pela seguradora, a companhia também tem atuado na retirada de pessoas dos locais mais afetados.

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“O cliente nos informa onde está e nós cuidamos de fazer o transporte dessas pessoas. Das regiões que conseguimos acessar entre domingo e segunda, enviamos pouco mais de 400 táxis”, diz.

Já a HDI Seguros também se mobilizou e adotou diversas iniciativas para atender clientes e auxiliar não clientes na região. Entre as ações adotadas pela companhia destacam-se: o reforço e disponibilização da equipe de atendimento 24h, com estrutura especial, incluindo mais guinchos enviados para a região do litoral norte de São Paulo.

A seguradora também está prestando auxílio aos não clientes, com o deslocamento dos veículos para local seguro para que os proprietários tenham condições de solicitar atendimento a suas seguradoras.

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A Liberty Seguros, por sua vez, contabiliza mais de 180 casos de atendimento no litoral paulista e também adota ações emergenciais para acolher e dar suporte às necessidades urgentes das pessoas nas regiões afetadas.

Entre as medidas adotadas nos últimos dias, a companhia mobilizou prestadores para realizar atendimentos emergenciais, inclusive por meio de motocicletas, para chegar aos clientes mais rapidamente, agilizando os processos de sinistros e indenizações.

A seguradora ainda enviou equipes de assistência da capital para apoiar os prestadores de serviços locais, e disponibilizou pátios e bolsões para recolhimento de veículos danificados, além de deslocar carros e guinchos de outras regiões para ajudar com a retirada de automóveis.

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“É uma tragédia o que ocorreu no litoral paulista nos últimos dias, e a Liberty Seguros se solidariza com os moradores das cidades impactadas”, afirma o diretor de sinistros da companhia, Marcio Probst. “Nossa atenção está completamente voltada para esses casos no momento, e faremos o possível para dar todo o apoio e ajudar as pessoas que sofreram com os desastres”, completa o executivo.

A Tokio Marine, outra seguradora envolvida nas operações, diz já ter realizado 595 serviços de assistências nas cidades litorâneas, sendo 107 em Caraguatatuba, 251 em São Sebastião, 84 em Bertioga, 9 em Ilhabela, 69 em Ubatuba e 75 no Guarujá.

Trecho bloqueado da Rio Santos (BR-101) no litoral norte de São Paulo, após as fortes chuvas que atingiram o estado no Carnaval (Foto: DER-SP)

A companhia tem atuado em diferentes frentes:

“Estamos muito sensibilizados com essa tragédia e não medimos esforços para prestar apoio à população local e aos segurados vítimas das chuvas. A doação de recursos à ONG Gerando Falcões é mais uma das frentes pelas quais estamos atuando, uma forma de potencializar esse movimento solidário tão necessário”, afirma José Adalberto Ferrara, Presidente da Tokio Marine.

A Bradesco Seguros informou à reportagem do InfoMoney que direcionou boa parte de sua frota de assistência para atendimento às cidades afetadas, o que inclui guinchos e vans. A companhia também está atuando com uma força-tarefa para acelerar o processo de regulação de sinistros para os seus segurados que se encontravam na região. Algumas de suas vans também estão auxiliando as autoridades no transporte de donativos para as regiões de maior necessidade.

A Seguradora Zurich tem protocolo de emergência para atender clientes e a população afetada da região. A companhia diz ter movimentado cerca de 140 guinchos e enviado 10 peritos para São Sebastião, a cidade mais atingida pelo temporal.

“A Zurich se solidariza com as famílias em situação de vulnerabilidade no litoral. Além do nosso atendimento aos segurados, também prestamos apoio logístico como deslocamento de táxi para saída das áreas atingidas e envio de equipamentos próprios para tirar carros da lama”, pontua José Carlos Silva, diretor de operações de sinistros da seguradora Zurich.

É importante destacar que, neste primeiro momento, as seguradoras tentam remover os veículos e seus segurados para locais seguros. Passada essa etapa, a tendência é que os clientes comecem a acionar a cobertura do seguro residencial. E, por mais que na maioria dos casos o seguro residencial não cubra alagamentos, há cobertura para dano elétrico, quebra de vidro, entre outros serviços de assistência.

Veja também 1º episódio do vídeocast “Tá Seguro”

Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC.