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O setor de tecnologia no Brasil vai precisar, entre este ano e 2025, de pouco mais de 540 mil profissionais, estima a Brasscom, associação de empresas de tecnologia. A demanda por mão de obra qualificada é um processo que se arrasta por alguns anos e foi aprofundado na pandemia de Covid-19. A caça por profissionais tech é tamanha que tem forçado as empresas a entrarem numa disputa acirrada, com oferta de altos salários para preencher os quadros ociosos.
Segundo a própria Brasscom, o salário do setor de tecnologia é hoje cerca de 2,3 vezes acima da média nacional. Mas o recrutamento dos profissionais da área tech é complexo e enfrenta de formação deficitária à ausência de habilidades específicas importantes, pontua Affonso Nina, diretor-executivo da Brasscom.
“A preocupação é com a formação desde os jovens até a requalificação de profissionais que hoje estão em outras carreiras. Também precisamos melhorar os processos internos das empresas”, diz o executivo, que participou da Futurecom, evento de telecomunicações, TI e internet realizado em São Paulo na semana passada.
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Fabricio Cardoso, CEO da Soulcode (escola de tecnologia), enfatiza que, para reduzir o gap de profissionais de tecnologia no mercado, será preciso enfrentar outro problema: o “techwashing”, termo usado para designar um comportamento do mercado que “finge” formar os profissionais com cursos de respaldo duvidoso. “O profissional precisa de uma formação técnica aprofundada para conseguir trabalhar de forma sustentável na área, além das soft skills [habilidades socioemocionais]”, avalia.
Para os executivos, os profissionais precisam ter ao menos 10 habilidades para terem sucesso na área. São elas:
- Domínio da técnica
- Flexibilidade
- Adaptabilidade
- Criatividade
- Pensamento crítico
- Resiliência
- Ética
- Aprendizado contínuo
- Bom relacionamento
- Foco na solução de problemas
O consenso dos executivos é o de que cada vez mais, em qualquer área, os profissionais vão ter que mesclar as hard skill, que são as habilidades técnicas e características de cada atividade, com as soft skills.
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“Pessoas diferentes trabalhando juntas trazem ideias mais inovadoras. E a tecnologia precisa disso. Quanto mais pudermos conectar pessoas com histórias diferentes, melhor para o negócio e para sociedade”, acentua Cardoso.