Veja como planejar as mesadas dos filhos

As crianças se espelham nas atitudes dos pais, inclusive quando o assunto é dinheiro

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SÃO PAULO – Existe muita polêmica sobre a educação financeira na infância: muitos pais acham que devem controlar todos os gastos dos filhos, outros acreditam que dinheiro não é assunto para crianças e escolas não oferecem aulas de educação financeira.

A melhor forma e mais prática de ambientar os pequenos com o mundo da economia é através da mesada. Com ela, eles aprendem a administrar o dinheiro desde cedo.

De acordo com o educador financeiro, Reinaldo Domingos, Os pais sempre possuem muita dúvida quanto à idade que se deve começar, mas não há certo ou errado, basta bom senso. “No entanto, posso dizer que, a partir dos oito anos, a criança já entende bem e está mais familiarizada com o assunto”.

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Vale lembrar que as crianças se espelham nas atitudes dos pais, então, se planejar para realizar os objetivos, possuir controle do orçamento financeiro e ter o costume de poupar são os melhores exemplos que eles vão ter e o processo de educação financeira deles será mais fácil.
 
Para os pais que ainda não dão mesada, o primeiro passo é definir o valor da mesada. “A minha recomendação é que, ao longo de um mês, sem que a criança saiba, registre toda e qualquer quantia que a criança precise, incluindo gastos com lanche escolar, passeios, compra de jogos e brinquedos, entre outros”.
 
Sabendo do total, chame-a para uma conversa e explique que chegou o momento de ela mesma controlar o seu próprio dinheiro e, por esse motivo, receberá uma mesada. “O valor será 50% daquele total dado a ela ao longo do mês. Na conversa, terá que dizer que ela deverá se organizar, para que o dinheiro não acabe muito antes de receber a outra mesada, pois vocês não darão nenhuma quantia a mais. Pode parecer rude, mas é assim que ela aprenderá a se planejar”.
 
Os pais também devem estimular os filhos a sonharem. Peça que eles relacionem três sonhos que tenham: um de curto prazo (até três meses), um de médio (até seis meses) e outro de longo (acima de seis meses). Dessa forma, eles aprendem a ser menos imediatistas e que devem poupar para realizar sonhos.
 
Os pais também devem falar da existência daquela outra metade do dinheiro, dizendo que, por ele ser um ótimo filho, resolveram ajudar na realização desses sonhos e farão uma poupança para ele, colocando o mesmo valor da mesada. Se tiver mais de um filho, para cada um deles, a decisão do valor e a conversa deve ser feito individualmente, adequando à realidade de cada um.
 
O educador afirma que não é correto associar o recebimento da mesada ao desempenho escolar, pois as crianças não podem achar que só precisam estudar para receber dinheiro no final do mês.