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O volume dos reservatórios responsáveis pela geração de energia elétrica no país terá mais fôlego nesta última semana de 2021, aponta relatório do ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico).
Os reservatórios enfrentam a pior crise hídrica dos últimos 91 anos devido à escassez de chuvas. Com volumes em níveis críticos, o governo de Jair Bolsonaro (PL) acionou a operação de usinas termelétricas, que são mais custosas e poluentes, para não deixar o país às escuras.
Segundo o ONS, o volume de água dos reservatórios estará maior em todos os quatro subsistemas. Na região Nordeste, a previsão é de que até o dia 31, a capacidade de armazenamento para geração de energia alcance os 50%, “com precipitação acima da média na bacia do rio São Francisco”, diz o órgão.
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No Norte, as chuvas previstas para a bacia do rio Madeira devem colaborar para que os reservatórios da região alcancem 47,8% de capacidade de armazenamento. No Sul, as projeções indicam que o nível chegará a 41,1%; no Sudeste/Centro-Oeste, o mais crítico, a estimativa é fechar o ano em 24,9%.
A carga de energia esperada para dezembro, segundo o ONS, deve registrar um recuo de 0,6% ante o mesmo mês de 2020. Para o órgão responsável por operar, supervisionar e controlar a geração de energia elétrica no Sistema Integrado Nacional (SIN), o desempenho do último mês do ano é um reflexo dos feriados relativos às festas de fim de ano, dos percalços enfrentados pela indústria, das pressões sobre os preços, das incertezas do mercado e do aumento das taxas de juros.
O volume estimado da carga de energia é de 70.631 MW. O Sudeste/Centro-Oeste apresentará redução de 1,7%, com 40.088 MW; a região Nordeste vai registrar desaceleração de 2,7%, com 11.699 MW; a carga do Sul segue em 3,6%, com 12.835 MW. Em relação ao Norte, a previsão é de 2,3%, com 6.009 MW.
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Custos das Termelétricas
Números do Ministério de Minas e Energia (MME) apontam que a crise hídrica gerou um gasto acima do previsto com o uso das usinas termelétricas.
A operação das usinas e a importação de energia proveniente de Argentina e Uruguai geraram um gasto de R$ 16,8 bilhões até outubro (dado mais atual). O MME havia estimado um custo operacional de R$ 13,1 bilhões até novembro deste ano.
As despesas são repassadas aos consumidores na conta de luz com a vigência de uma bandeira especial, que deve vigorar até abril de 2022.