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Aviões de guerra e tanques israelenses bombardearam o sul de Gaza durante a última noite e a ONU disse que a distribuição de ajuda aos habitantes de Gaza – que enfrentam fome crescente – foi interrompida em grande parte devido à intensidade dos combates na guerra de dois meses entre Israel e o Hamas.
Na cidade de Rafah, no sul de Gaza, que faz fronteira com o Egito, autoridades de saúde disseram que 22 pessoas, incluindo crianças, foram mortas em um ataque aéreo israelense contra casas durante a noite. As equipes de emergência civil estavam procurando por mais vítimas sob os escombros.
Moradores disseram que o bombardeio em Rafah, onde o Exército israelense ordenou este mês que as pessoas se dirigissem para sua segurança, foi um dos mais pesados dos últimos dias.
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“À noite, não conseguimos dormir por causa dos bombardeios e, pela manhã, percorremos as ruas em busca de comida para as crianças, não há comida”, disse Abu Khalil, de 40 anos, pai de seis filhos, falando à Reuters por telefone de Rafah.
“Não consegui encontrar pão e os preços do arroz, sal e feijão aumentaram várias vezes. Isso é fome”, afirmou ele. “Israel nos mata duas vezes, uma com bombas e outra com a fome.”
Em Khan Younis, a principal cidade do sul de Gaza, os moradores disseram que os bombardeios dos tanques se concentraram no centro da cidade. Um deles afirmou que os tanques estavam operando na manhã de terça-feira na rua onde está localizada a casa de Yahya Al-Sinwar, líder do Hamas em Gaza. Autoridades de saúde disseram que duas pessoas foram mortas durante a noite na cidade.
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Centenas de outros civis foram mortos no ataque de Israel ao enclave palestino desde que os Estados Unidos vetaram, na sexta-feira, uma resolução do Conselho de Segurança da ONU que pedia um cessar-fogo.
Agências de ajuda humanitária afirmam que a fome está piorando entre os habitantes de Gaza, com o Programa Mundial de Alimentos da ONU dizendo que metade da população de Gaza está passando fome.
O escritório humanitário da ONU (Ocha) disse na terça-feira que distribuições limitadas de ajuda estavam ocorrendo no distrito de Rafah, mas “no restante da Faixa de Gaza, a distribuição de ajuda foi praticamente interrompida nos últimos dias, devido à intensidade das hostilidades e às restrições de movimento ao longo das estradas principais”.
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Os fluxos de ajuda também foram restringidos por escassez de caminhões em Gaza, contínua falta de combustível, apagões nas comunicações e número crescente de funcionários que não podem viajar para a travessia de Rafah com o Egito por causa da intensidade das hostilidades, afirmou.
O porta-voz do Ministério da Saúde de Gaza Ashraf Al-Qidra disse que as forças israelenses invadiram o hospital Kamal Adwan, no norte de Gaza, na terça-feira, e estavam reunindo homens, incluindo a equipe médica, no pátio do hospital.
As Forças Armadas de Israel não responderam imediatamente a um pedido de comentário sobre o relato.
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Israel diz que suas instruções para que as pessoas se desloquem estão entre as medidas que está tomando para proteger os civis, enquanto tenta erradicar os militantes do Hamas que mataram 1.200 pessoas e fizeram 240 reféns em um ataque transfronteiriço a Israel em 7 de outubro, de acordo com os registros israelenses. Cerca de 100 reféns foram libertados desde então.
O ataque retaliatório de Israel matou 18.205 pessoas e feriu quase 50.000, segundo o Ministério da Saúde de Gaza.