Israel e Hamas estendem trégua em Gaza por um dia em acordo de última hora

A trégua tem permitido a entrada de alguma ajuda humanitária em Gaza

Reuters

Sul de Israel, perto da fronteira do Gaza: local vive tensões há anos (Foto: John Macdougall/AFP/Getty Images)
Sul de Israel, perto da fronteira do Gaza: local vive tensões há anos (Foto: John Macdougall/AFP/Getty Images)

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GAZA/TEL AVIV (Reuters) – Israel e o Hamas chegaram a um acordo de última hora na quinta-feira para estender o cessar-fogo por um sétimo dia, e Washington disse que espera que a trégua possa ser prorrogada ainda mais para libertar mais reféns e permitir que ajuda chegue a Gaza.

A trégua tem permitido a entrada de alguma ajuda humanitária em Gaza, depois que grande parte do território costeiro de 2,3 milhões de pessoas foi arrasado por sete semanas de bombardeios israelenses em retaliação a um ataque mortal de militantes do Hamas em 7 de outubro.

No entanto, um ataque a tiros letal em Jerusalém foi um lembrete do potencial de disseminação da violência.

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Israel, que exigiu que o Hamas libertasse pelo menos 10 reféns por dia para manter o cessar-fogo, disse que recebeu uma lista no último minuto daqueles que seriam libertados na quinta-feira, permitindo que cancelasse os planos de retomar os combates ao amanhecer.

“À luz dos esforços dos mediadores para continuar o processo de libertação dos reféns e sujeito aos termos da estrutura, a pausa operacional continuará”, disseram os militares israelenses em um comunicado, divulgado minutos antes de a trégua expirar.

O Hamas, que libertou 16 reféns na quarta-feira, enquanto Israel libertou 30 prisioneiros palestinos, também disse que a trégua continuaria por um sétimo dia.

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O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em sua terceira visita ao Oriente Médio desde o início da guerra, afirmou que os esforços continuavam para prolongar a trégua.

“Na última semana, vimos o desenvolvimento muito positivo de reféns voltando para casa, reunidos com suas famílias. E isso deve continuar hoje”, disse ele durante uma reunião com o presidente israelense, Isaac Herzog.

“Isso também possibilitou um aumento na assistência humanitária para civis inocentes em Gaza que precisam desesperadamente. Portanto, esse processo está produzindo resultados. É importante, e esperamos que possa continuar.”

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Até o momento, os militantes libertaram 97 reféns durante a trégua: 70 mulheres e crianças israelenses, cada uma delas libertada em troca de três mulheres e adolescentes palestinos detidos, além de 27 reféns estrangeiros libertados em acordos paralelos com seus governos.

Com menos mulheres e crianças israelenses em cativeiro, a extensão da trégua pode exigir o estabelecimento de novos termos para a libertação de homens israelenses, inclusive soldados.

MORTOS EM ATAQUE EM JERUSALÉM

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Logo após o acordo, a polícia israelense informou que dois agressores palestinos abriram fogo em um ponto de ônibus durante a hora do rush matinal na entrada de Jerusalém, matando pelo menos três pessoas. Ambos os agressores foram “neutralizados”, disse a polícia.

“Esse evento prova mais uma vez que não devemos demonstrar fraqueza, que devemos falar com o Hamas somente através de miras (de fuzis), somente através da guerra”, disse o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben-Gvir, de extrema-direita, no local do ataque.

As condições do cessar-fogo, incluindo a interrupção das hostilidades e a entrada de ajuda humanitária, permanecem as mesmas, de acordo com um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar. O Catar tem sido um mediador importante entre os lados, juntamente com o Egito e os Estados Unidos.