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O presidente eleito da Argentina, o ultraliberal Javier Milei, disse na manhã desta segunda-feira (20) que sua prioridade a partir de 10 de dezembro, quando tomará posse, será iniciar a reforma do Estado e buscar uma solução do problema das Leliq, títulos emitidos pelo Banco Central, dívida cuja rolagem estrangula o BC. “Estamos trabalhando em uma engenharia financeira que seja aceitável para o mercado e para resolvê-lo da maneira mais rápida possível”, disse em entrevista à Rádio Mitre
Segundo ele, para evitar a hiperinflação é preciso resolver esse problema das Leliq “porque não há opção de manter o cepo (o controle cambial) que trava a economia e que gera um excesso de demanda no mercado de divisas”.
Milei reafirmou ao programa “Alguém tem de dizê-lo”, do jornalista Eduardo Feimann, seu compromisso com a privatização de empresas estatais, citando especificamente a petroleira YPF e órgão de comunicação como a TV Pública, a Rádio Nacional e a agência de notícias Télam. Ele afirmou que sua intenção de dar a essas empresas um criação de valor, antes de vendê-las “de maneira benéfica para os argentinos”.
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Especificamente sobre a TV Pública, Milei criticou sua transformação em “um mecanismo de propaganda” e anunciou sua intenção de mudar isso de forma dinâmica. Ele considerou que boa parte da cobertura midiática da campanha presidencial foi negativa ao seu nome, incentivando a campanha do medo das últimas semanas.
No programa, Milei descartou novamente que pretenda privatizar a educação e a saúde, observado que essa áreas são de competências dos governos das províncias, mas reforçou seu apoio à implementação de vouchers para a educação.
Ministro da Justiça
Durante a entrevista, o político libertário confirmou que Mariano Cúneo Libarona será seu ministro da Justiça e que a deputada Carolina Píparo irá assumir a Administração Nacional de Segurança Social (ANSES).
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Ele confirmou ainda que suas duas primeiras viagens internacionais após a eleição serão para os Estados Unidos e para Israel, antes mesmo de assumir a presidência. A ida a Israel, segundo ele, tem uma conotação mais espiritual do que outras características e está sendo organizada com o embaixador de Israel na Argentina.
Milei disse ainda que neste domingo, a liberdade e a esperança venceram o ódio e que sentiu estar respaldados na vontade de mudar a Argentina para iniciar a reconstrução do país. Sobre o possível pedido de licença do seu adversário, Sergio Massa, do cargo de ministro da Economia, julgou a atitude como “um pouco suja”, após quatro anos de desastres econômicos do atual governo.
“Se desligar de suas responsabilidades e jogá-las na cabeça do governo que está por vir, me parece uma manobra suja e pouco elegante.”
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A nota cômica da entrevista foi que Milei ligou para a Rádio Mitre fazendo um inusitado pedido musical, que fez o jornalista até duvidar que se tratava realmente do presidente eleito. “Olá, sou Javier Milei. Se eu tiver que pedir uma música, peço “Flowers” de Miley Cyrus ”, disse.