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SÃO PAULO – Áudio vazado que foi divulgado nesta quarta-feira (13) pelo jornal O Globo, mostra que um representante da PwC (PricewaterhouseCoopers), afirmou ainda existirem falhas no sistema de controle da Petrobras (PETR3; PETR4) logo após a divulgação do balanço relativo a 2014. Segundo ele, as providências tomadas pela companhia para frear a corrupção depois da descoberta do escândalo da Operação Lava Jato não foram suficientes.
De acordo com o áudio, o ambiente na petroleira ainda é pouco propício para pessoas que queiram fazer denúncias sobre possíveis irregularidades. Um conselheiro disse ter sido mal recebido quando tentou fazer uma denúncia com o ex-diretor de abastecimento, Paulo Roberto Costa. “Fui à Ouvidoria fazer uma denúncia contra o Paulo Roberto. Falei com uma moça e ela disse: “pelo amor de Deus, vai embora”. Nesse ritmo é difícil alguém fazer denúncia”.
Outro conselheiro disse que os servidores da Petrobras não têm “conforto ao fazer uma denúncia a um ex-assessor de José Dirceu, que tinha ascendência sobre alguns diretores”, referindo-se a Paulo Otto. O Ministério Público e a Polícia Federal atualmente analisam contratos de Dirceu com empreiteiras acusadas de pagar propina a políticos para manter contratos com a estatal.
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Parceria frustrada
Outro áudio divulgado mostra que a parceria da Petrobras com a chinesa Sinopec para construir a refinaria Premium 1 no Maranhão não saiu graças aos preços controlados da gasolina enquanto o ministro da Fazenda ainda era Guido Mantega. Ao mesmo tempo em que a rentabilidade da Petrobras estava em 8,7% ao ano com o combustível, os chineses esperavam um mínimo de 12% para entrar no negócio e processar diesel para exportação.
De acordo com áudio da reunião do Conselho de Administração da estatal datado de 23 de janeiro, a presidente da companhia, Maria das Graças Foster, disse que não havia como garantir aos chineses uma TMA (Taxa Mínima de Atratividade) de 12% ao ano. “Ela (Sinopec) foi clara na carta dela, tem um item ali embaixo, de que não há paridade de preços no Brasil, não dá para confiar, então, tem que ter TMA (taxa mínima de atratividade) lá em cima”, afirma.
Graça ainda admitiu que a suspensão das refinarias causaria um problema político a ela, mas que, do ponto de vista dos negócios, elas só seriam necessárias em 2025. A isso, o ex-representante dos minoritários, Mauro da Cunha, respondeu positivamente, elogiando a decisão de suspender as refinarias.
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“Estamos recuperando a credibilidade da Petrobras. A gente dizer internamente que vamos deixar a Premium para 2050 e continuar dizendo no PNG (planejamento) que tem uma refinaria Premium em algum lugar… Nós viramos motivo de chacota entre os investidores”, disse.