Analistas revisam preço-alvo da Petrobras após alerta com investimentos

Plano de Negócios despertou preocupação no mercado, devendo trazer pressão no curto prazo para papéis da estatal

Paula Barra

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SÃO PAULO – O plano de investimentos da Petrobras (PETR3, PETR4) para 2012 a 2016 já deixou sinais de preocupação na véspera, quando as ações ordinárias da estatal caíram 3,87% – a segunda maior queda do Ibovespa, e foi reforçado nesta sexta-feira (15), após analistas do setor apontarem que os papéis da companhia não devem mostrar uma melhora no curto prazo, devendo continuar com fraco desempenho. 

Para os analistas Rodolfo Amstalden e Roberto Altenhofen, da Empiricus, os papéis não devem apresentar uma recuperação iminente, uma vez que o mercado já vinha cético com a elevação da produção da Petrobras e deve reforçar seu descontentamento a partir do guidance transmitido pela companhia, dada a sinalização inferior às estimativas do consenso. Com isso, eles avaliam que podem revisão as projeções para a companhia, visto que o plano de investimentos retirou o momentum das ações PETR3 e PETR4. 

No mesmo sentido, o analista Nataniel Cezimbra, do BB Invesimentos, coloca o preço-alvo dos papéis em revisão, salientando também alguns fatores macroeconômicos, como a valorização do dólar frente ao real, que pode pesar sobre as ações da companhia em um momento de elevado grau de aversão ao risco e resistência a nomes de commodities.

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Já com uma visão mais moderada, os analistas Marcos Pereira e Daniel Fonseca, da Votorantim, apontam que embora não tenham “detalhes necessários para avaliar o impacto exato no valuation“, os exercícios preliminares já indicam um impacto ligeiramente negativo em seu target.  

Principais preocupações
O maior temor é com a redução da meta de produção para 2016 e 2020, com 3,3 milhões e 5,7 milhões de barris por dia, respectivamente, em um momento que o fluxo de caixa é extremamente importante devido ao cenário econômico internacional enfraquecido, apontam os analistas da Empiricus.

Também traz uma perspectiva negativa a menor produtividade até 2013, enquanto a empresa anunciou que espera captar novas dívidas entre US$ 80 e US$ 90 bilhões, significamente maiores do que as primeiras estimativas, comentaram os analistas da Votorantim. 

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Outra ressalva feita pelo BB Investimentos é que apesar da petrolífera não ter comentado sobre o assunto, a companhia pode ter alterado alguns parâmetros para cálculo do custo e/ou risco de suas operações, pois apesar do incremento no valor dos investimentos em Exploração e Petróleo, a produção prevista foi reduzida, demonstrando possível aumento no custo por barril produzido.