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SÃO PAULO – Dados divulgados pelo Banco Central hoje mostraram que nada que está tão ruim não pode piorar. A taxa média de juros cobrada em concessões de crédito subiu para 48,1% ao ano em novembro – a maior desde março de 2011 – sendo que o famoso “cheque especial” concedido para pessoa física saltou de impressionantes 278,1% em outubro para 284,8% ao ano no mês passado.
Para se ter noção do tamanho do retorno que os bancos conseguem obter com essa linha de crédito, apenas uma ação das mais de 300 que são negociadas na Bovespa entregou uma valorização maior que o juro do cheque especial em 2015: a ação da Atom (ATOM3), que subiu 360,0% até o momento, indo de R$ 0,05 para R$ 0,23.
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Algumas observações sobre essa alta são importantes: o baixo valor de face da ação propicia altas exuberantes com pequenas oscilações de preço. Além disso, o baixo volume negociado acaba tornando mais fácil movimentos bruscos para cima ou para baixo do ativo. Mas, pesando a favor da Atom, é importante frisar que ela essa alta aconteceu de maneira gradual e sem muitos solavancos para baixo – do final de setembro pra cá, a ação operou sempre acima de R$ 0,13.
A metamorfose da prop trading
Para quem acompanha o InfoMoney com frequeência, a Atom não chega a ser uma grande novidade. A Atom é uma proprietary trading (na tradução livre, uma mesa proprietária), empresa na qual vários trades se unem para operar o dinheiro do controlador no mercado financeiro. Ela “estreou” na Bolsa no segundo semestre de 2015, após concluir a compra da Inepar Telecomunicações (a antiga “INET3”), empresa que estava em recuperação judicial. Concluída a compra, a Atom fez uma transformação geral na companhia, mudando desde o nome até a razão social e o modelo de negócio (clique aqui para saber mais da história).
A compra da Inepar Telecomunicações foi fechada em 26 de maio por R$ 5 milhões – cada ação saiu a R$ 0,023034 cada. A aquisição trouxe uma enorme vantagem fiscal para a Atom, pois a extinta Inepar tinha aproximadamente R$ 240 milhões de prejuízo fiscal, quantia que pode ser usada para isentar a companhia de pagar impostos sobre futuros lucros. Em entrevista ao InfoMoney TV, o CEO da Atom, Joaquim Paiffer, disse que pretende transformar a empresa na maior tesouraria do Brasil, tendo inclusive aberto um “processo seletivo” para recrutar novos traders para a empresa (clique aqui para assisti-la).