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Fundos de venture capital continuam se afastando das criptomoedas após uma série de crises, desaceleração do mercado e incerteza regulatória. Segundo dados da empresa de pesquisa PitchBook, o investimento privado em startups do setor cripto no primeiro trimestre deste ano caiu para seu nível mais baixo desde 2020.
O investimento global de fundos de venture capital para a indústria caiu para US$ 2,4 bilhões no trimestre, uma queda de 80% em relação ao recorde histórico de US$ 12,3 bilhões durante o mesmo período do ano passado, de acordo com a PitchBook.
A queda “não é uma surpresa”, disse o analista de cripto da PitchBook Robert Le. Ele observou também que o investimento de risco diminuiu em geral este ano. Além do aumento das taxas de juros, o primeiro trimestre viu o desmoronamento do Silicon Valley Bank, uma instituição amplamente utilizada por empresas de capital de risco.
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“Ainda há muito medo sobre o que vai acontecer, já que o ambiente macro ainda é muito incerto”, disse Le.
O setor cripto teve desafios particulares. Le disse que o colapso e a falência da exchange cripto FTX ajudaram a desacelerar o ritmo das rodadas de investimento e reforçaram a necessidade de diligência legal e contábil. Em vez de apressar os negócios, os VCs estão conduzindo meses de pesquisa e fazendo mais perguntas aos fundadores das startups antes de decidir por aportes. “Não será baseado no FOMO (o fenômeno do “medo de ficar de fora”) ou no que outros investidores estão fazendo”, disse Le.
Apesar do tamanho da crise, houve boas notícias para as startups cripto nos dados do PitchBook. Em uma base mensal, o investimento em negócios de cripto na verdade aumentou em fevereiro e março, o que significa que o pior da seca de pode ter passado, disse Le. Os investidores de risco têm dinheiro em seus cofres e ainda há interesse em apoiar startups de infraestrutura cripto, empresas de análise de dados e plataformas de desenvolvedores.
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“Começaremos lentamente a ver os investidores se sentirem mais confortáveis”, disse Le.
A M^Zero Labs, uma startup de infraestrutura financeira descentralizada com sede em Berlim, conseguiu levantar US$ 22,5 milhões em uma rodada de investimento anunciada em abril. A empresa iniciou as negociações para captação de recursos em outubro, pouco antes da implosão da FTX, de acordo com o cofundador e CEO Luca Prosperi.
A turbulência do mercado tornou o processo de captação de recursos mais estressante, disse Prosperi em entrevista. A queda da FTX “forçou os investidores a continuar fazendo mais perguntas”, disse ele.
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