Após grupamento de 120 para 1, ação da Mundial despenca mais de 16%

Papéis começaram a ser negociados neste pregão a R$ 10,80, sendo que no último pregão valiam R$ 0,09;

Paula Barra

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SÃO PAULO – Repetindo o feito da JB Duarte (JBDU3; JBDU4) na semana passada as ações da Mundial (MNDL3) despencam no pregão desta segunda-feira (6) após a empresa agrupar suas ações, na proporção de 120 para 1. Às 11h20 (horário de Brasília), os papéis registravam desvalorização de 16,57%, a R$ 9,01, após atingirem na mínima do dia queda de 21,30%, a R$ 8,50.

Os papéis começaram a ser negociados neste pregão a R$ 10,80, conforme proposta aprovada pelos acionistas em assembleia realizada em 22 de março. O papel fechou o pregão da última sexta-feira a R$ 0,09. A partir desta sessão, qualquer fração de ação que existir resultante do grupamento será separada, agrupada em números inteiros e vendidas em leilão, sendo que os valores líquidos depois serão colocados à disposição dos acionistas.

Em comunicado, empresa disse que medida visa prover liquidez mais “saudável” às ações, além de buscar reduzir custos operacionais da empresa e se adequar à orientação da BM&FBovespa, que quer evitar ações negociadas abaixo de R$ 1,00 na Bovespa.

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JB Duarte grupou, mas resultado não foi nada bom
Quem fez um processo parecido na semana passada foi a JB Duarte (JBDU3; JBDU4). Suas ações, que eram cotadas a R$ 0,01, foram grupadas na razão de 100 para 1, passando a valer R$ 1,00 a partir do pregão de quinta-feira (2). A ideia da companhia também era se adequar à recomendação da BM&FBovespa – mas ela pouco ficou acima de R$ 0,99.

No dia de “estreia” do novo preço, as ações ordinárias despencaram 60%, voltando para R$ 0,40, enquanto os preferenciais recuaram 59,0%, para R$ 0,41. Já nesta sessão, as ações JBDU3 avançaram 30,0%, atingindo R$ 0,52, enquanto as JBDU4 subiram 26,82%, para R$ 0,52.

Bolha do alicate
Em 2011, a Mundial protagonizou o que ficou conhecido como a “bolha do alicate”. Na época, ela chegou a R$ 7,99, depois de se valorizar cerca de 2.500% apenas entre abril e junho. Entretanto, a ação logo despencou, fechando o ano cotada a R$ 0,43 – hoje, ela vale praticamente um quarto deste valor.

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Em dezembro de 2012, o MPF (Ministério Público Federal) do Rio Grande do Sul denunciou 10 pessoas sobre o caso. As acusações são de formação de quadrilha e manipulação do mercado, sendo que dois deles foram acusados de “insider trading”, isso é, de usar informações privilegiadas para ganhar no mercado acionário. Michael Ceitlin, na época presidente da Mundial, estava entre os acusados.