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SÃO PAULO – Um dia após a presidente Dilma Rousseff dizer durante a cerimônia de expansão do programa Brasil Para Todos que quer spreads menores nos bancos do País, o Banco do Brasil (BBAS3) anunciou nesta quarta-feira (4) que vai reduzir os juros de diversas linhas de financiamento, oferecendo ao menos R$ 43,1 bilhões adicionais em crédito.
As ações da instituição recuaram forte ao fim do pregão, cedendo 5,91%, a R$ 24,20. Na mínima intradiária, porém, chegaram a cair 6,92%, quando eram cotadas a R$ 24,20. O Ibovespa, por sua vez, recuou 1,18%. Mas o setor bancário como um todo foi afetado – foram destaques de queda os papéis de Itaú Unibanco (ITUB4, R$ 33,68, -3,08%), Bradesco (BBDC4, R$ 30,90, -2,52%) e Santander (SANB11, R$ 16,45, -1,79%).
Com esse movimento, os outros bancos também terão que diminuir suas taxas, para não perder competitividade frente ao BB. Segundo um analista que não quis se identificar, essa é uma atitude que já vinha sendo tentada pelo Governo, que pressionou suas controladas a fazê-lo.
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Perda de rentabilidade
Agora, as ações das instituições começam a ser precificadas para um cenário de menor rentabilidade. “Inicialmente isso se reflete no Banco do Brasil, mas depois deve se espalhar por todo o setor”, disse a fonte de mercado. A política de baixar os juros e os spreads em geral ajuda a conter a retração do crédito, para que a atividade econômica seja estimualda.
No entanto, o mesmo analista lembra que, ao mesmo tempo em que é realizado o processo de redução dos juros, não é criada, dentro da economia, uma real situação que permita isso. “É feito de uma forma autoritária”, critica.