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SÃO PAULO – A Fitch Ratings afirmou nesta quinta-feira (14) que a decisão do Conselho de Administrativo de Defesa Econômica (Cade) sobre a fusão entre a Perdigão e a Sadia, anunciada na véspera, não terá impacto “significativo” na qualidade de crédito da Brasil Foods (BRFS3).
“Embora a fusão ainda tenha sido autorizada com base em medidas que deverão reduzir o fluxo de caixa da companhia no curto a médio prazos, o impacto será insuficiente para justificar uma ação de rating negativa”, diz a agência de classificação de risco por meio de comunicado.
No dia anterior, o órgão antitruste aprovou a operação que criou a Brasil Foods, mas com restrições de até cinco anos ao uso da marca Perdigão e venda de até 80% de sua estrutura produtiva integrada para o mercado doméstico.
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Impactos
A agência avalia que, como reflexo da implementação das regras previstas na decisão, a companhia deverá perder cerca de 12% de seus volumes e de 13% da receita.
Por outro lado, a Fitch avalia que embora a expectativa inicial seja de redução do fluxo de caixa operacional, a companhia deverá conseguir incrementar o caixa e as aplicações financeiras com a venda compulsória de ativos.
“Também é possível que, na ausência de produtos da Perdigão, os consumidores optem por outras marcas da BRF, como a Sadia. Isto poderá reduzir o impacto das medidas determinadas pelo Cade”, completa.
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A agência também considera positivo o fato de que os negócios que permanecerão na carteira da empresa deverão continuar apresentando forte desempenho em 2011 e 2012. “As marges de Ebitda (gerção operacional de caixa) deverão melhorar à medida que a empresa realiza sinergias”.
Classificação
Atualmente, a Fitch classifica a BRF com os seguintes ratings:
– IDR (Rating de Probabilidade de Inadimplência do Emissor) em Moeda Local ‘BBB-‘
– IDR em Moeda Estrangeira ‘BBB-‘
– Rating Nacional de Longo Prazo ‘AA(bra)’
A perspectiva da nota é estável.