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Um dos principais streamings musicais do mundo, a Deezer foi vítima de um vazamento de dados, que expôs informações pessoais de mais de 220 milhões de usuários no mundo. Segundo informações do aplicativo francês, o problema teria ocorrido com um prestador de serviço que não tem mais contratos com a empresa há três anos.
O caso foi divulgado pelo Have I Been Pwned, um site norte-americano que acompanha ataques hackers pelo mundo. Segundo a plataforma, foram divulgadas informações como data de nascimento, e-mail e endereço IP de 37 milhões de brasileiros.
Em nota ao InfoMoney, a Deezer confirmou o vazamento, mas disse que não foram expostos dados sensíveis dos usuários, como senhas e número de CPF. No entanto, a empresa recomendou que todos os consumidores alterem as combinações que usam para acessar a plataforma, como sugerem os especialistas em cibersegurança.
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“Fizemos uma análise de risco e iniciamos as etapas necessárias com autoridades de proteção de dados. Nosso time jurídico também está trabalhando para resguardar a Deezer e seus usuários. Reiteramos que nosso banco de dados continua seguro, mas sempre recomendamos que os usuários atualizem suas senhas com frequência para manter seus dados ainda mais seguros”, sugeriu a empresa.
A hipótese de um vazamento de dados com informações dos usuários da Deezer já havia sido levantada no mês passado, quando um compilado das informações foi encontrada à venda em fórum de hackers na internet. Os usuários mais impactados estariam na França (46,2 milhões), Brasil (37,1 milhões) e Reino Unido (15,3 milhões).
De acordo com o site Restore Privacy, todos os dados foram captados em texto não criptografado, ou seja, sem a codificação que mantém o sigilo das informações. O site também conduziu uma análise do bloco de informações para comprovar a veracidade, e obteve sucesso ao confirmar a autenticidade dos dados vazados.
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A Deezer é um dos principais concorrentes do Spotify na indústria de reprodutores de músicas, tendo o Brasil como seu segundo maior mercado no mundo. Em dezembro de 2021, a marca reportou um total de quase 10 milhões de assinantes no país, mas o escopo de usuários é ainda maior, já que não é preciso pagar para usar os serviços da plataforma.
Casos têm sido frequentes
No Brasil, na semana passada, a prefeitura de São Paulo foi vítima de um vazamento de dados que atingiu toda a base de usuários do Bilhete Único, o cartão de transporte do município.
Ao todo, foram captados dados completos de 13 milhões de munícipes, como nome, data de nascimento, sexo, RG, CPF, endereço, número de telefone, estado civil, naturalidade e e-mail. O login e a senha do portal de serviços da SPTrans na internet também foram vazados, segundo o órgão público.
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Já no exterior, o Twitter está sendo investigado pelo vazamento de informações de 5,4 milhões de usuários na Europa, com a possibilidade de pegar uma multa milionária. O governo da Irlanda sugere que endereços de e-mail e números de telefone de cadastros na rede social estariam disponíveis na internet.
Vazamento de dados custa caro
São indiscutíveis os transtornos que um vazamento de dados gera para os usuários, que têm suas informações pessoais expostas em fóruns da darknet. Mas esses ataques também prejudicam as empresas, com grandes impactos financeiros -especialmente quando ocorre sequestro de informações- e judiciais -para arcar com processos que surgem a partir da ocorrência.
Um levantamento da IBM, publicado no mês passado, mostra que uma violação de dados pode custar até US$ 9 milhões para empresas norte-americanas e mais de US$ 4 milhões para companhias de outros países. No caso da área de saúde, o custo pode passar de US$ 10 milhões, em razão das informações médicas que são ainda mais sensíveis.