Depois da queda, a redenção: empresa de Luiza Trajano dispara 600% em 8 meses

Papéis da companhia já valeram mais de R$ 130 e perderam 94% de seu valor em 5 anos, mas em apenas 8 meses a varejista já saltou 583% na Bolsa

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – Durante a passagem da tocha olímpica por São Paulo, a empresária e dona da rede varejista Magazine Luiza (MGLU3), Luiza Helena Trajano, acabou levando em destaque no noticiário após cair durante o trajeto. No mesmo dia, ela mostrou todo seu bom humor nas redes sociais e disse que ela fez o de sempre: levantou rápido e continuou a cumprir a sua missão. E esta é uma ótima representação do que está acontecendo com as ações da própria Magazine Luiza na Bolsa.

A companhia “nasceu” na Bolsa com ações que chegaram a valer R$ 130,85 em sua máxima em junho de 2011, mas foi perdendo força nos anos seguintes, até afundar junto com a crise financeira brasileira. Com a piora do cenário doméstico, o varejo foi um dos maiores impactados já que o consumo da população caiu drasticamente, e, na Bolsa, a Magazine Luiza seguiu este cenário, com os papéis chegando a R$ 7,83 (sua mínima histórica e uma queda de 94% ante sua máxima), em dezembro do ano passado.

Mas este parece ter sido apenas um tombo para a companhia. Desde então, as ações MGLU3 já acumulam ganhos incríveis de 583%, voltando para o patamar de R$ 52,78, em seu maior nível desde fevereiro de 2015. Apenas em 2016, os ganhos dos papéis chegam a 200%.

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A coroa desta recuperação veio com o resultado do segundo trimestre da companhia, considerado forte pelos analistas. A varejista viu seu lucro líquido disparar 243% em um ano, para R$ 10,4 milhões entre abril e junho, levando o lucro para R$ 15,7 milhões no semestre, o que representa uma evolução de 166%. As vendas brutas consolidadas cresceram 4,8% no período, enquanto as vendas do e-commerce tiveram alta de 33,6%, e alcançaram 22,5% do total das vendas da empresa.

Para a equipe do BTG Pactual, o grande destaque ficou para as vendas online e para o controle das despesas da companhia. “As principais razões para o forte crescimento online foram: (i) estratégia multicanal da companhia; (ii) aumento na conversão das vendas em compras feitas através do seu aplicativo móvel; e (iii) estratégia de preços menos agressiva no mercado”. “A empresa está fazendo sua lição de casa. O fluxo de caixa operacional aumentou significativamente, para R$ 99 milhões, impulsionado por fortes vendas on-line, necessidades de capital mais baixas e menores despesas”, disseram.

Já a equipe do BB Investimentos ressalta que o primeiro semestre ficou melhor que o esperado por conta de uma boa estratégia da companhia, o que levou os analistas a revisarem sua recomendação. Para eles, a confiança do consumidor vem apresentando uma tendência de recuperação mais cedo do que esperava o mercado, o que, juntamente com a boa capacidade de execução da empresa, deve resultar em números melhores pela frente.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.