Energisa (ENGI11) prevê acelerar investimentos na distribuidora ESGás e vai ousar, diz CEO

A companhia assumiu as operações da distribuidora capixaba na sexta-feira, três meses após arrematar a empresa por R$ 1,42 bilhão em leilão

Reuters

O presidente da Energisa SA Ricardo Perez Botelho fala à imprensa (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)
O presidente da Energisa SA Ricardo Perez Botelho fala à imprensa (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

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Por Letícia Fucuchima

SÃO PAULO (Reuters) – A Energisa (ENGI11) pretende acelerar investimentos na distribuidora de gás canalizado ESGás, visando crescer sua malha de gasodutos e a quantidade de consumidores atendidos no Espírito Santo, ao mesmo tempo em que avalia novas oportunidades de negócios, como o transporte de biometano.

A companhia, tradicional no setor de energia elétrica, assumiu as operações da distribuidora capixaba na sexta-feira passada, pouco mais de três meses após arrematar a empresa por 1,42 bilhão de reais em leilão de privatização.

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Segundo Ricardo Botelho, CEO da Energisa, a expectativa é acelerar a implementação do plano atual de investimentos da ESGás já aprovado pelo regulador estadual, que prevê aportes de 160 milhões de reais no ciclo que se estende de agosto de 2020 a julho de 2025.

“Esse movimento está em linha com expansão do mercado potencial”, disse o executivo em nota, citando crescimentos potenciais estimados de 11 vezes para o segmento residencial, 5 vezes para o comercial, 1,3 vez para o industrial e 5 vezes para o veicular.

“Atuaremos com maior ousadia para impulsionar a economia do estado e trazer maior competitividade e economia aos clientes.”, acrescentou.

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Atualmente, a distribuidora capixaba, primeiro ativo da Energisa no mercado de gás, entrega cerca de 2,2 milhões de metros cúbicos (m³) do insumo por dia aos segmentos industrial, residencial, termelétrico e veicular.

“Podemos e devemos ousar muito mais no que diz respeito à ampliação de unidades atendidas e expansão do consumo de gás no Espírito Santo para todos os perfis de clientes, o que também significa a ampliação da infraestrutura”, acrescentou Botelho, ressaltando a possibilidade de interiorização do gás no Estado por meio de novos gasodutos de distribuição.

A Energisa irá realizar estudos, levantamentos técnicos e conversas com o órgão regulador e demais parceiros de negócio para apresentar, até o final do ano, um plano acelerado de investimentos na ESGás a ser executado a partir de janeiro de 2024.

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NOVOS NEGÓCIOS

Em relação a novas frentes de negócios, a companhia disse enxergar oportunidades no transporte de biometano, combustível renovável equivalente ao gás natural que vem sendo apontado como importante solução para a transição energética.

“Por sua forte atividade agrícola, o Brasil é solo fértil para o biometano derivado da produção rural, assim como para o derivado de resíduos da indústria e de aterros”, apontou a Energisa.

“Para um futuro próximo, outras alternativas, como o hidrogênio de baixo carbono e a captura, transporte, uso e armazenagem de CO2, também estão no pipeline.”

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Para a nova controladora da ESGás, o Espírito Santo apresenta um ambiente propício para “sediar um forte crescimento do setor” de gás e liderar este segmento no Brasil.

Entre as vantagens competitivas, a companhia destacou a vocação logística do Estado, que está próximo da terceira maior reserva de óleo e gás do país e detém uma infraestrutura de gasodutos de transporte e portos.

Questionada sobre a contratação de gás de outros supridores além da Petrobras, a Energisa afirmou que tem o compromisso de ampliar a competitividade na aquisição de molécula e transporte por meio de um “portfólio variado de fornecedores e de contratos de longo prazo”.

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Em março, o Estado do Espírito Santo vendeu para a Energisa a totalidade de sua participação, de 51% do capital votante, assim como a Vibra Energia também vendeu a sua fatia de 49% na companhia.

(Por Letícia Fucuchima)