Entenda a notícia que fez a Petrobras disparar 5% e ganhar R$ 12,5 bilhões de valor hoje

Faltando uma hora para o fechamento do pregão, o Estadão informou que o TCU mudou sua regra para realização de leilões, o que fez as ações dispararem

Rodrigo Tolotti

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SÃO PAULO – A novela da cessão onerosa voltou a agitar o noticiário da Petrobras (PETR3) nesta quarta-feira (4), fazendo as ações dispararem mais de 5% e ganharem R$ 12,466 bilhões de valor de mercado com uma nova mudança nas regras do TCU (Tribunal de Contas da União), fato que deve destravar o leilão tão aguardado pelo mercado.

Segundo o Estadão, a revisão de regra do TCU tirou obstáculo para realizar leilão de excedente da cessão onerosa ao criar uma regra de transição em relação a envio de informações para leilões que só valeria a partir de 2019. A Petrobras não respondeu imediatamente a pedido de comentário do jornal.

No fim de junho, o Tribunal passou a exigir do poder público o envio de um extrato com todas as informações relacionadas a qualquer licitação com antecedência mínima de 150 dias da data da publicação de um edital. Com isso, aumentariam as incertezas sobre o leilão da cessão onerosa, que dificilmente ocorreria este ano. Assim, com a revisão feita pelo TCU, os riscos políticos para o leilão diminuem consideravelmente.

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Além disso, Câmara concluiu no fim da tarde a votação do projeto que permite à Petrobras transferir, para outras empresas, até 70% dos direitos de exploração de 5 bilhões de barris de petróleo, por meio do chamado acordo de cessão onerosa. O projeto segue agora para o Senado.

Segundo Gabriel Fonseca, analista da XP Investimentos, esta aprovação na Câmara é positiva para a estatal não só porque torna possível esta venda de 70% da participação da empresa na cessão onerosa, mas também porque viabiliza o pagamento do ressarcimento à companhia por meio de barris de petróleo.

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Ele explica que essa venda da participação da empresa nos blocos pode levar ao cumprimento da meta de US$ 21 bilhões de desinvestimento até o final de 2018. “Se concluída tal venda este ano, a empresa estará em uma situação de alavancagem muito mais confortável que a atual (potencialmente abaixo de 2,0x Dívida Líquida/EBITDA), diminuindo a percepção de risco da ação apesar dos riscos eleitorais”, explica Fonseca.

Sobre a mudança na regra do TCU, ele ressalta que isso deve permitir que o leilão ocorra ainda este ano, sendo que o governo planeja usar parte desses recursos arrecadados para pagar a Petrobras em dinheiro. Para a equipe do Bradesco BBI, se esta mudança não tivesse sido feita, o leilão teria sido empurrado para o próximo ano, sob um novo governo, aumentando o risco do processo não ocorrer.

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Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.