“Espero que a companhia tenha uma vida normal daqui para frente”, diz CEO da HRT

Em entrevista para a casa de research Empiricus, Milton Franke destaca que houve uma época de conflitos, mas que espera apaziguamento; CEO comenta ainda poços na Namíbia e de Polvo

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Após a divulgação dos dados de de produção da Namíbia decepcionarem o mercado, o CEO (Chief Executive Officer) da HRT Participações em Petróleo (HRTP3), Milton Franke, conversou com analistas de mercado e, dentre eles, esteve a casa de research Empiricus.

O analista Rodolfo Amstalden, que conversou com Franke, destacou que o executivo se depara com um dos maiores desafios de sua carreira de 40 anos. Ele preside a companhia no lugar do fundador Márcio Mello em uma fase de incertezas a respeito do futuro das campanhas exploratórias na Bacia do Solimões e na Namíbia e diante da reformulação do Conselho de Administração.

Mudanças no Conselho 
Perguntado sobre a relação de Franke com o Conselho de Administração da companhia – uma das alegações é de que Márcio Mello tinha divergências com o Conselho – o novo CEO destacou que possui um perfil conciliador. Assim, a estratégia que tomou foi de redução do ruído e de trabalhar harmoniosamente para solucionar os problemas, afirma, em um movimento contrário ao tom de conflito na gestão de Mello.

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Neste sentido, ele destaca que um dos novos membros é seu conhecido de longa data e que também possui um alinhamento muito bom com o novo presidente do Conselho de Administração, John Willot. 

Por outro lado, aponta, a saída do Conselheiro Stephan Alexander foi “inesperada e com o passar dos meses vamos entender porque exatamente ele saiu. Segundo ele foi por motivos pessoais. Pode ser algo bem diferente do que o mercado entendeu. Pode não ter nenhum vínculo com a reunião do Conselho, e sim uma nova oportunidade importante na vida dele. Já tivemos reuniões novas e acho que está tudo apaziguado”.

Na entrevista, Franke destaca ainda que Márcio continuará sendo membro do Conselho, destacando que os dois viajaram para a Namíbia para visitar o ministro e o presidente da República e que a viagem foi “muito proveitosa”. Já outro conselheiro, Wagner Peres, segue membro, mas também alegou algumas questões pessoais para reduzir a participação dele na HRT, afirma Franke. 

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“Reconhecemos que houve conflitos, mas esses conflitos foram construtivos e espero que a companhia tenha uma vida normal daqui para frente”, destaca o CEO.

Namíbia e Polvo no radar
Sobre os resultados na Namíbia e a expectativa por dois novos farm-outs possíveis no país, Franke destaca que os resultados de Wingat são suficientemente alentadores do ponto de vista geológico e da informação coletada.

Hoje nós somos a única empresa que tem uma amostra definitiva do óleo. Eu tenho uma aqui em meu escritório”, destaca. Além disso, a empresa possui dados 3D e adquiriu outros dados disponíveis na Namíbia, mapas locais e regionais, poço amostrado e é o único poço que está em direção do oceano. 

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“Se nós conseguirmos o mesmo entendimento das companhias de petróleo, a gente tem 
convicção de que vai ser muito mais fácil nesse momento obter parceiros para o quarto 
poço, obter parceiros até para algo novo, um programa adicional que a gente imagina que irá 
acontecer em 2014 e 2015″, avalia Franke, destacando que a perfuração na Namíbia é simplesmente a primeira avaliação.
Sobre o campo de Polvo, que foi adquirido por US$ 135 milhões pela HRT, Franke destacou que está em um período de transição com a britânica BP, que vendeu o campo para a brasileira. “”O campo ainda é da BP até que o processo continue provavelmente por dois ou três meses e a ANP concorde em transferir o ativo para a HRT, mas todos os procedimentos estão sendo tomados”, destacou Franke.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.