Está na busca pelo melhor sócio para o seu negócio? Estes empreendedores de sucesso mostram como encontrá-lo

Fundadores das empresas Agrosmart, Conta Azul, Loft e Puravida compartilharam um passo a passo para ter uma parceria de sucesso no mundo dos negócios

Mariana Fonseca

Adrian Franciscono e Flavio Passos, fundadores da Puravida (InfoMoney/Do Zero ao Topo)
Adrian Franciscono e Flavio Passos, fundadores da Puravida (InfoMoney/Do Zero ao Topo)

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A equipe é a parte mais importante de qualquer negócio – e a liderança ditará a visão e a execução para o resto da empresa. Para escolher o melhor sócio, vários pontos devem ser levados em consideração. É preciso buscar habilidades complementares, mas valores parecidos. É preciso que o sócio deixe o ego de lado, mas que também administre com confiança sua área dentro da empresa. E tudo isso passa por um processo profundo de autoconhecimento por parte de todos os parceiros de negócio.

As orientações foram recolhidas de entrevistas com empreendedores e empresários no Do Zero Ao Topo, marca de empreendedorismo do InfoMoney. O podcast ouviu os fundadores de empresas como Agrosmart, Conta Azul, Loft e Puravida sobre diversos temas, incluindo a escolha dos sócios. Veja, a seguir, o passo a passo para escolher o melhor sócio para o seu negócio:

1 – Pratique o autoconhecimento

Para Vinicius Roveda, cofundador da Conta Azul, o empreendedor tem o grande desafio de aprender sobre diversas áreas em pouco tempo. As sociedades são uma forma de encurtar esse caminho, trazendo boas pessoas para a empresa e combinando conhecimentos. Mas o empreendedor precisa entender as dificuldades do negócio, e as suas próprias dificuldades, antes de buscar parceiros.

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“Autoconhecimento é um grande ponto ao empreender. Quanto mais você se conhece, mais você sabe no que você é bom ou não. Muita gente acaba acreditando que é boa em algo que não é. Faz parte dos seres humanos, mas é um grande erro para o negócio”, diz Roveda ao Do Zero Ao Topo.

A Conta Azul foi criada por Roveda, João Zaratine e José Carlos Sardagna em 2011. Nesses mais de dez anos, o sistema de gestão já economizou 350 mil horas de empreendedores e contadores. Apenas em 2021, faturou mais de 100 milhões de reais. Hoje, a Conta Azul atende cerca de 100 mil clientes e 10 mil escritórios de contabilidade.

2 – Busque complementaridade

Roveda também alerta: sócios não devem ser apenas amigos ou familiares. São pessoas que têm as competências que ainda faltam para fazer o negócio dar certo. “Praticar o autoconhecimento vai fazer você se unir com pessoas complementares, e isso elimina boa parte dos riscos de empreender.”

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Flavio Passos e Adrian Franciscono também ressaltaram a necessidade de complementaridade em uma sociedade. Os dois são os cofundadores da Puravida, uma empresa focada em alimentos saudáveis, suplementos e cosméticos naturais. A companhia fechou 2021 com um faturamento de R$ 295 milhões e um portfólio de mais de 200 produtos.

Passos e Franciscono criaram produtos juntos antes de firmar uma sociedade. O que começou com uma barrinha de proteína se transformou em conversas regulares e um pedido para que Franciscono cuidasse da logística dos produtos de Passos.

“Aos poucos, fui sentindo que ele seria um grande sócio”, diz Passos ao Do Zero Ao Topo. “A gente percebeu que tínhamos muita complementaridade e isso é muito importante. Temos coisas em comum, mas também pensamos diferente. Se o Flavio [Passos] está falando de criação e visão, eu estou pensando em estratégia e execução. Se ele está falando de velocidade, eu estou pensando em ritmo. Esse equilíbrio é bom para uma sociedade”, completou Franciscono.

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3 – Busque valores comuns

Apesar de sócios não precisarem ser seus amigos ou familiares, conexão em um nível profundo é fundamental para uma boa sociedade. Mariana Vasconcelos, cofundadora da startup de agricultura Agrosmart e de outros dois negócios anteriormente, conhece bem as consequências de ter divergências de visão na sociedade.

No seu negócio de internet das coisas para o mundo do trabalho, chamado SmartApps, a empreendedora tinha sócios. “Escolhemos por habilidades, e não por valores. Quando a gente começou a crescer e chegamos a discutir nossa primeira rodada de investimento, notamos que havia uma grande divergência de valores”, diz Mariana ao Do Zero Ao Topo. O desentendimento sobre a captação levou ao fim da parceria – e da empresa.

Já na Agrosmart, a empreendedora resolveu se unir a Raphael Pizzi e Thales Nicoleti. Pizzi é conhecido de infância e já tinha sido sócio de Mariana, enquanto Nicoleti foi estagiário na SmartApps. Desta vez, Mariana priorizou os valores. “A gente tinha uma visão de mundo parecida”, afirma Mariana.

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Os três mineiros com agricultores na família resolveram usar a tecnologia para melhorar o setor em que seus parentes trabalhavam. A Agrosmart é uma startup que leva mais inteligência ao campo e reduz os custos dos agricultores brasileiros. Hoje, o empreendimento atende 100 mil produtores.

4 – Exija que o ego fique da porta para fora

Para a cofundadora da Agrosmart, outro ponto importante ao escolher sócios é evitar “a competição tóxica que permeia muitas sociedades”. “Quando a gente tentou fazer outras sociedades, tinha muito ‘quem vai fazer o quê?’ e ‘quem é mais importante, quem manda?’”, exemplifica Mariana.

Para a empreendedora, é preciso procurar pessoas que tenham ambição e possam prestar apoio, mas que não transformem esses comportamentos em uma oportunidade de aumentar o próprio ego. Ainda, esses sócios devem respeitar a área de formação e a experiência de cada membro da equipe fundadora. “Tem que existir essa confiança absoluta.”

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5 – Defina áreas de atuação com clareza

A confiança citada por Mariana se traduz na divisão de tarefas de cada sócio. “Nós concluímos que cada um sabe e faz uma coisa dentro da empresa. Eu não fico dando palpite na estrutura de produto do Raphael, e não fico dando palpite no hardware do Thales. Ao mesmo tempo, eles confiam em mim para orientar a direção do nosso negócio”, diz a cofundadora da Agrosmart.

Os empreendedores Florian Hagenbuch e Mate Pencz também acreditam que a área assumida por cada fundador deve ser definida com base em formações, experiências e personalidades. Os dois confundaram a gráfica online Printi em 2012. Depois, uniram-se para criar o portal imobiliário Loft. “O Mate [Pencz] pegou a parte de atendimento e vendas, enquanto eu cuidei mais de tecnologia e operações [na Printi]. Ele era mais o cara do front [frente], e eu o cara do back [bastidores]”, conta Hagenbuch ao Do Zero Ao Topo.

Mariana Fonseca

Subeditora do InfoMoney, escreve e edita matérias sobre empreendedorismo, gestão e inovação. Coapresentadora do podcast e dos vídeos da marca Do Zero Ao Topo.