Gabrielli defende compra de Pasadena pela Petrobras: “barata e abaixo do preço do mercado”

Em CPI mista para apurar a compra de Pasadena, o ex-CEO da petrolífera durante 2005 e 2012 destacou que a refinaria de Pasadena foi adquirida por preços adequados, num momento adequado

Lara Rizério

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SÃO PAULO – O ex-presidente da Petrobras (PETR3;PETR4) José Sérgio Gabrielli voltou pela terceira vez em três meses ao Congresso Nacional para responder às perguntas sobre a compra da refinaria de Pasadena, na CPI mista da companhia. 

Gabrielli esteve à frente da petroleira entre 2005 e 2012 e, foi sob sua administração que a estatal adquiriu a refinaria de Pasadena. A aquisição foi feita por um preço US$ 1,2 bilhão, vinte vezes maior do que o valor justo pela unidade do Texas. 

Contudo, Gabrielli defendeu a compra da refinaria na CPI, ao dizer que a Petrobras comprou uma refinaria barata e abaixo do preço de mercado. E ressaltou ainda que, hoje, o faturamento da refinaria é hoje de US$ 5 bilhões por ano. 

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“A refinaria de Pasadena foi adquirida por preços adequados, num momento adequado”, afirmou, ressaltando que o quadro mudou com a crise econômica de 2008 e expansão do gás de xisto nos EUA. Ele estimou que a companhia pagou US$ 554 milhões pela capacidade de refino de Pasadena, nas duas etapas de desembolso, em 2006 e 2012. Desta forma, cada barril de capacidade custou cerca de US$ 5,5 mil, “pouco mais da metade do preço médio de aquisição das refinarias americanas nesse período”, na avaliação do ex-presidente.

De acordo com o ex-presidente, a discussão sobre os investimentos na refinaria revelou uma série de diferenças de entendimentos entre a companhia e o sócio. Em 2006, a Petrobras pagou US$ 360 milhões por metade da refinaria, valor muito superior ao pago em 2005 pela belga Astra Oil pela refinaria inteira, em US$ 42,5 milhões. Em 2008, a Petrobras e a Astra Oil iniciaram uma disputa judicial, fazendo com que a empresa comprasse a fatia que pertencia à companhia belga, o que totalizou um valor bilionário que a estatal brasileira teve que desembolsar. 

(Com Reuters)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.