Graça Foster diz que Lava Jato é boa para Petrobras e não desconfiava de ex-diretores

Ex-presidente da estatal prestou depoimento na segunda-feira ao juiz Sérgio Moro e comentou as indicações de diretores na época em que estava da empresa

Rodrigo Tolotti

Publicidade

SÃO PAULO – Em depoimento ao juiz Sérgio Moro na segunda-feira (19), a ex-presidente da Petrobras (PETR3; PETR4), Graça Foster, afirmou que a Operação Lava Jato teve efeitos “extremamente positivos” para a companhia. “A gente só lamenta essa sujeirada toda, que nos prejudicou a todos”, disse a executiva em sua fala na ação que envolve a empreiteira Andrade Gutierrez.

Graça afirmou que o conselho de administração era o responsável pela aprovação de todos os diretores da estatal e, quando assumiu a presidência, em fevereiro de 2012, a própria presidente Dilma Roussef lhe pediu que apresentasse nomes para a diretoria.

Além disso, a ex-presidente da estatal afirmou que tinha uma relação ‘meio distante’ com os ex-diretores Paulo Roberto Costa (Abastecimento), Renato Duque (Serviços) e Jorge Zelada (Internacional), diretores acusados de corrupção na estatal. Ela disse que não desconfiava que eles ‘procediam mal’.

Continua depois da publicidade

“Eles me tratavam com atenção, generosos, mas era só isso, uma coisa meio distante. Eu não posso falar nada com relação a conhecimento técnico deles”, disse Graça em seu depoimento.

Perguntada se a indicação dos diretores era de partidos da base do governo, Graça disse que “não prestava atenção se era a base”. “Eu queria era fazer meu trabalho e pronto, não me metia em nada na política”, completou.

Rodrigo Tolotti

Repórter de mercados do InfoMoney, escreve matérias sobre ações, câmbio, empresas, economia e política. Responsável pelo programa “Bloco Cripto” e outros assuntos relacionados à criptomoedas.