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SÃO PAULO – Alguns dos maiores nomes da tecnologia fizeram IPOs (aberturas de capital) no ano de 2019. Embora muitas dessas startups ainda não estivessem dando lucro, o alarde dos investidores e a especulação de um ambiente favorável para crescimento levaram muitas dessas empresas a irem buscar investimentos e capitalização no mercado.
Porém, com procura abaixo do esperado pelo mercado e a falta de um caminho claro para a lucratividade dos negócios fez com que alguns dos IPOs mais esperadas do ano tivessem péssimos resultados.
Pelo que parece, 2019 foi um ano de fortunas e fracassos para ofertas públicas. Algumas empresas, como a startup de videoconferência Zoom Technologies, estão negociando bem acima do preço de abertura. Outras, como a Lyft, empresa de mobilidade urbana, estão em constante queda desde seu primeiro dia na bolsa.
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À medida que chegam os meses finais de 2019, espera-se que mais dois grandes nomes da área de tecnologia comercializem ações ao público: a startup de compartilhamento de escritórios WeWork e a empresa de acessórios fitness Peloton. Ambas têm valor de mercado superiores a US$ 1 bilhão, a marca tradicional do unicórnio, mas ainda não obtiveram lucro.
No caso da WeWork, já existe uma quantidade enorme de ceticismo em torno do negócio e há indícios de que a empresa trabalha em se depreciar de propósito para salvar seu IPO.
A empresa de coworking tenta trilhar um caminho diferente das grandes empresas de tecnologia quando o assunto é abrir capital. A startup visa evitar péssimos resultados na Bolsa, assim como aconteceu com a Uber e a Lyft, por exemplo.
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Startups esperam que seus modelos de negócios cheios de inovação consigam um crescimento exponencial. Até la, contudo, prejuízos e problemas vão se acumulando.
E, quando essa empresa vai para a Bolsa, o mercado espera que esses modelos de negócios vinguem para que se tornem empresas sólidas para investimentos, mas esse não foi o caso com alguns dos grandes nomes que fizeram seu IPO esse ano.
Fiverr: queda de 21%
A Fiverr, empresa conhecida por oferecer serviços freelancer, fez seu IPO em 14 de junho na New York Stock Exchange (NYSE), a bolsa de valores da cidade de Nova York.
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Logo após a estreia na Bolsa, os papéis chegaram a saltar 42%, mas a alegria durou pouco. Os papéis, que começaram sendo ofertados por US$ 26, hoje estão cotados a US$ 20,65, o que representa uma queda de 21% desde o IPO até agora.
A empresa divulgará os resultados no próximo dia 11 de novembro.
Uber: queda de 24%
A gigante da mobilidade urbana fez seu IPO em 10 de maio na NYSE, envolta de grandes expectativas, mas ainda não apresentou um plano de negócios sólido em lucratividade.
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As ações da Uber estão definhando abaixo do preço de seu IPO e esperam mais perdas à medida que problemas internos e com a legislação se intensificam. A empresa divulgará os resultados em 7 de novembro. O resultado do segundo trimestre da companhia foi o pior da história.
Os papéis começaram sendo ofertados por US$ 45 e hoje estão cotados a US$ 34,59, o que representa uma desvalorização de 24% da ação desde o IPO até agora.
The RealReal: queda de 41%
A RealReal, e-commerce de artigos de luxo e material de construção, fez sua estreia na Nasdaq (National Association of Securities Dealers Automated Quotations) no dia 28 de junho.
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Os papéis começaram sendo ofertados por US$ 28,90 e hoje estão cotados a US$ 17,02, o que representa uma desvalorização de 41% da ação desde o IPO até agora.
Yunji: queda de 43%
A Yunji, um serviço chines de comercio eletrônico, fez sua estreia na Nasdaq no dia 3 de maio.
A empresa construiu rapidamente uma enorme rede de usuários, mas começou a explorar demais os elos sociais que controlava, o que fez com que deu indícios de esquema de pirâmide e gerou uma multa de US$ 1,4 milhão do governo chinês.
Os papéis começaram sendo ofertados por US$ 11 e hoje estão cotados a US$ 7,68, o que representa uma desvalorização de 43% da ação desde o IPO até agora.
Lyft: queda de 45%
Concorrente direta da Uber no mercado americano, a Lyft fez seu IPO em 29 de março na Nasdaq.
As ações da Lyft também estão sofrendo. E os problemas internos não se restingem a Uber, já que a Lyft também se encontra presa em um ciclo de queima de caixa aparentemente interminável e prejuízos constantes. Em 2018, a Lyft declarou um prejuízo de US$ 1,8 bilhão.
Os papéis começaram sendo ofertados por US$ 72 e hoje estão cotados a US$ 48,26, o que representa uma desvalorização de 45% da ação desde o IPO até agora.
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